São Paulo — A Petrobras (PETR3; PETR4) anunciou a distribuição recorde de R$ 87,8 bilhões em dividendos para seus acionistas, no dia em que reportou um lucro de R$ 54,3 bilhões no segundo trimestre.
O conselho de administração aprovou o pagamento de distribuição de dividendos no valor de R$ 6,732003 por ação preferencial (PN) e ordinária (ON) em circulação, conforme comunicado nesta quinta-feira (28).
Os dividendos serão pagos em duas parcelas: R$ 3,366002 no próximo dia 31 de agosto e R$ 3,366001 em 20 de setembro. Os detentores de ADRs (recibos de ações negociados na Bolsa de Nova York, a NYSE) receberão os pagamentos a partir de 8 de setembro e 27 de setembro de 2022.
A data de corte para o direito aos dividendos são os dias 11 e 15 de agosto na B3 e na NYSE, respectivamente.
Em relatório enviado aos clientes, o Itaú BBA considerou o anúncio do pagamento de dividendo como “muito positivo” e uma “surpresa”. O valor de R$ 6,73 por ação veio acima da estimativa do banco de investimento (R$ 4,4 por ação). “O dividendo anunciado corresponde a um yield em torno de 21%, comparado com nossa estimativa de 15% para o trimestre.”
Lucro
No fim do dia desta quinta-feira, a estatal de capital misto divulgou um lucro líquido de R$ 54,3 bilhões entre abril e junho, acima dos R$ 44,6 bilhões contabilizados no primeiro trimestre.
“Esse aumento é explicado principalmente pela alta do Brent no período, além das maiores margens de derivados e de gás natural”, explicou a companhia em comunicado em referência aos preços do petróleo que servem de referência para os negócios da companhia.
Já o lucro líquido recorrente (que exclui fatores extraordinários) foi de R$ 45,039 bilhões no segundo trimestre, um crescimento de 3,4% em relação ao primeiro trimestre e de 10,1% na comparação anual.
A receita líquida cresceu 21% em relação ao primeiro trimestre devido principalmente à alta de 12% do preço do barril de petróleo Brent, ao maior volume de vendas de derivados e de petróleo e aos maiores preços de derivados e gás natural, informou a companhia.
A Petrobras fez referência ao contexto de retomada da demanda mundial por petróleo e derivados após o período crítico da pandemia da Covid-19 e a oferta impactada pela guerra na Ucrânia.
“Em termos da composição da receita no mercado interno, o diesel e a gasolina continuaram sendo os principais produtos, respondendo juntos por 73% da receita nacional de vendas de derivados de petróleo no segundo trimestre”, destacou a estatal.
Já o Ebitda (indicador de geração de caixa operacional) ajustado subiu 26% no segundo trimestre, atingindo R$ 98,3 bilhões. A companhia atribuiu a cifra principalmente à valorização do petróleo no período, à maior margem em todos os derivados e gás natural e aos menores volumes de importações de GNL.
Gasolina mais barata
Na manhã desta quinta-feira, a Petrobras divulgou a segunda redução do preço da gasolina no mês. A partir desta sexta-feira (29), o preço médio de venda de gasolina para as distribuidoras passará de R$ 3,86 para R$ 3,71 por litro, uma redução de R$ 0,15 por litro. O primeiro corte de preço tinha sido anunciado no último dia 19.
Considerando a mistura obrigatória de 73% de gasolina A e 27% de etanol anidro para a composição da gasolina comercializada nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor passará de R$ 2,81, em média, para R$ 2,70 a cada litro vendido na bomba, informou a companhia em nota.
“Essa redução acompanha a evolução dos preços de referência, que se estabilizaram em patamar inferior para a gasolina, e é coerente com a prática de preços da Petrobras, que busca o equilíbrio dos seus preços com o mercado global, mas sem o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio”, comentou a estatal.
- Matéria atualizada às 20h30 com dados do resultado trimestral.
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