Bloomberg Línea — A economia dos Estados Unidos encolheu pelo segundo trimestre consecutivo de abril a junho, com a maior taxa de inflação em décadas minando os gastos dos consumidores do país e os seguidos aumentos das taxas de juros do Federal Reserve, o banco central americano, frustrando o investimento empresarial e a demanda por casas.
Pela definição clássica de manuais de economia, essa contração em dois trimestres consecutivos representaria uma recessão. É assim no Brasil, por exemplo. Mas, nos Estados Unidos, a definição é mais complexa e cabe ao National Bureau of Economic Research (NBER) declarar oficialmente quando esse estágio começa e termina.
O NBER, por sua vez, analisa e leva em consideração um número mais amplo de indicadores, como emprego, renda pessoal e produção industrial, em base mensal, além da variação trimestral do PIB, que é calculado pelo BEA, o Bureau of Economic Analysis.
O Produto Interno Bruto (PIB) recuou 0,9% na base anual após uma queda de 1,6% nos primeiros três meses do ano, segundo divulgado nesta quinta-feira (28). O consumo pessoal, categoria que representa a maior parte da economia, cresceu 1%, desacelerando em relação ao período anterior.
A projeção mediana em uma pesquisa da Bloomberg News com economistas apontava um avanço de 0,4% no PIB e um aumento de 1,2% nos gastos dos consumidores.
- Perto das 9h50, os futuros das bolsas americanas, que registravam alta pela manhã, viraram e passaram a cair, com receios renovados de recessão na maior economia do mundo.
- Os futuros do Dow Jones, Nasdaq e S&P 500 caíam 0,24%, 0,55% e 0,27%, respectivamente.
- O futuro do Ibovespa, no Brasil, também acompanhou o movimento.
O Fed anunciou nesta tarde de quarta (27) um aumento de 0,75 ponto percentual na taxa de juros do país, para o intervalo de 2,25% a 2,5%, em linha com o consenso das expectativas de mercado. A alta de 150 pontos-base em apenas duas reuniões foi a maior desde a era de Paul Volcker à frente do Fed, no início dos anos 1980.
O presidente do banco central, Jerome Powell, está tentando conter a inflação mais alta em 40 anos em meio a críticas de que a política monetária demorou a responder ao aumento dos preços no ano passado, agitando os mercados financeiros com a preocupação dos investidores com uma recessão repentina.
Em discurso após a decisão, Powell disse não descartar outro aumento – de igual magnitude – na próxima reunião, em setembro. “Decidimos que a melhor opção agora é decidir a cada reunião, em vez de dar previsões mais claras como fazíamos antes.” Para ele, a economia americana não está em recessão.
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