Economia dos EUA contrai pelo 2º tri seguido. Mas ainda não é recessão. Entenda

Produto Interno Bruto do país caiu a uma taxa anualizada de 0,9% após uma queda de 1,6% nos primeiros três meses do ano

Una bandera estadounidense en un almacén de la fábrica Fiesta Tableware Co. en Newell, Virginia Occidental, Estados Unidos, el jueves 22 de julio de 2021.  Fotógrafo: Luke Sharrett/Bloomberg
28 de Julho, 2022 | 09:39 AM

Bloomberg Línea — A economia dos Estados Unidos encolheu pelo segundo trimestre consecutivo de abril a junho, com a maior taxa de inflação em décadas minando os gastos dos consumidores do país e os seguidos aumentos das taxas de juros do Federal Reserve, o banco central americano, frustrando o investimento empresarial e a demanda por casas.

Pela definição clássica de manuais de economia, essa contração em dois trimestres consecutivos representaria uma recessão. É assim no Brasil, por exemplo. Mas, nos Estados Unidos, a definição é mais complexa e cabe ao National Bureau of Economic Research (NBER) declarar oficialmente quando esse estágio começa e termina.

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O NBER, por sua vez, analisa e leva em consideração um número mais amplo de indicadores, como emprego, renda pessoal e produção industrial, em base mensal, além da variação trimestral do PIB, que é calculado pelo BEA, o Bureau of Economic Analysis.

O Produto Interno Bruto (PIB) recuou 0,9% na base anual após uma queda de 1,6% nos primeiros três meses do ano, segundo divulgado nesta quinta-feira (28). O consumo pessoal, categoria que representa a maior parte da economia, cresceu 1%, desacelerando em relação ao período anterior.

A projeção mediana em uma pesquisa da Bloomberg News com economistas apontava um avanço de 0,4% no PIB e um aumento de 1,2% nos gastos dos consumidores.

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  • Perto das 9h50, os futuros das bolsas americanas, que registravam alta pela manhã, viraram e passaram a cair, com receios renovados de recessão na maior economia do mundo.
  • Os futuros do Dow Jones, Nasdaq e S&P 500 caíam 0,24%, 0,55% e 0,27%, respectivamente.
  • O futuro do Ibovespa, no Brasil, também acompanhou o movimento.

O Fed anunciou nesta tarde de quarta (27) um aumento de 0,75 ponto percentual na taxa de juros do país, para o intervalo de 2,25% a 2,5%, em linha com o consenso das expectativas de mercado. A alta de 150 pontos-base em apenas duas reuniões foi a maior desde a era de Paul Volcker à frente do Fed, no início dos anos 1980.

O presidente do banco central, Jerome Powell, está tentando conter a inflação mais alta em 40 anos em meio a críticas de que a política monetária demorou a responder ao aumento dos preços no ano passado, agitando os mercados financeiros com a preocupação dos investidores com uma recessão repentina.

Em discurso após a decisão, Powell disse não descartar outro aumento – de igual magnitude – na próxima reunião, em setembro. “Decidimos que a melhor opção agora é decidir a cada reunião, em vez de dar previsões mais claras como fazíamos antes.” Para ele, a economia americana não está em recessão.

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Ana Siedschlag

Editora na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero e especializada em finanças e investimentos. Passou pelas redações da Forbes Brasil, Bloomberg Brasil e Investing.com.