Bloomberg Línea — A Coca-Cola Femsa, envasadora de produtos da Coca-Cola (KO), diz que sabe claramente o que fazer em meio à inflação mais alta em décadas no México e em outros lugares da América Latina.
Executivos da subsidiária Fomento Económico Mexicano (Femsa) disseram durante uma conferência com analistas e investidores que possuem um “manual” que lhes permitiu resistir a tempos como este no passado.
“Reconhecemos que a inflação não é novidade para a América Latina e continuaremos nos beneficiando do manual que conhecemos”, disse Constantino Spas, diretor financeiro da Coca-Cola Femsa em conferência com analistas e investidores.
Segundo a Coca-Cola Femsa, empresa com mais de 40 anos de experiência no ramo de envasamento e operações na América Central e do Sul, sua estratégia se baseia na acessibilidade econômica, cobertura e digitalização.
Diante dos altos níveis de inflação – no Brasil, o IPCA acumulado de 12 meses está em 11,89% – a Coca-Cola Femsa está aumentando sua capacidade para comercializar produtos retornáveis e mais acessíveis para seus consumidores, incluindo sua garrafa universal.
Em termos de cobertura, Spas indicou que a Coca-Cola Femsa cobriu 75% de suas necessidades de plástico PET para o ano no México, assim como 90% de frutose alta e 35% de alumínio. No Brasil, a empresa já cobriu 75% do açúcar necessário para produzir suas bebidas.
Os processos de digitalização focam na melhoria e na flexibilização das rotas de entrega e em estratégias omni-canal que, até agora este ano, se traduziram em US$ 30 milhões, disse Spas.
O efeito da inflação sobre a Coca-Cola Femsa é um dos fatores que os analistas estão focando para o restante do ano.
“Para 2022, nossa atenção estará voltada para as estratégias do emissor (preço/volume), no maior consumo no contexto da pandemia, considerando como fator a recuperação econômica e social que isso poderia implicar (além do efeito da inflação sobre o consumidor)”, escreveram Roberto Solono e Brian Rodríguez, analistas do grupo financeiro Monex, em nota.
Nos primeiros seis meses do ano, o volume de vendas da Coca-Cola Femsa aumentou 11%, o que se traduziu em um aumento de 17% na receita. O fluxo de caixa operacional, uma medida de lucratividade, aumentou 9% em comparação com o mesmo período do ano passado.
Os resultados foram considerados favoráveis pelo Monex, mas para Marco Antonio Montañez, da Vector, foram neutros.
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