Bloomberg — AB InBev (BUD), a maior cervejaria do mundo, e a destilaria Diageo registraram vendas e lucros acima do esperado, com consumidores bebendo mais apesar dos preços mais altos. Na fabricante de cerveja, o resultado de vendas foi impulsionado principalmente pela América Latina.
Fabricantes de bebidas e marcas de consumo, da Nestlé à Unilever, estão elevando os preços para compensar os custos mais altos das matérias-primas e a inflação crescente. Seus resultados financeiros mostram que os consumidores estão aceitando os aumentos de preços, até agora.
As ações da AB InBev caíam até 4,2% no início do pregão, enquanto as ações da Diageo subiam até 2,7%.
A pequena queda do Ebtida da cervejaria Budweiser no segundo trimestre e a manutenção do guidance podem ser decepcionantes para os investidores, dado o desempenho mais forte de outras ações de consumo básico até agora neste trimestre, escreveu Pinar Ergun, analista do Morgan Stanley, em relatório aos clientes.
A Diageo, fabricante do uísque Johnnie Walker, disse na quinta-feira que “aumentos de preço e economia de produtividade mais do que compensaram o impacto da inflação de custos”. A empresa vem enfrentando uma alta nos custos de matéria-prima e frete aumentando os preços de bebidas como uísque e tequila.
Ainda assim, a companhia reiterou sua previsão de crescimento de 5% a 7% nas vendas e de 6% a 9% no faturamento nos próximos três anos.
“Certamente estamos vendo pressões inflacionárias contínuas em nosso custo de produtos”, disse o presidente-executivo da Diageo, Ivan Menezes, em entrevista à Bloomberg TV.
Menezes disse que a Diageo tem “múltiplas alavancas” para lidar com a inflação. Por exemplo, muitos dos destilados premium da empresa são feitos anos no passado e depois envelhecidos em barris antes de serem vendidos.
“Somos muito cirúrgicos e cuidadosos com a quantidade de preços que cobramos e onde”, disse ele.
Enquanto isso, a AB InBev disse que as vendas e os volumes aumentaram na maioria dos principais mercados, exceto na China, onde os bloqueios do Covid-19 reduziram o consumo.
Os cervejeiros aumentaram os preços para compensar os custos mais altos à medida que os pubs e bares reabriram e as reuniões sociais voltaram. Até agora, os consumidores mantiveram seus hábitos de consumo apesar do aumento da inflação nos EUA, Europa e outras partes do mundo.
A AB InBev, com sede em Leuven, na Bélgica, reiterou sua meta anual de crescimento do Ebitda de 4% a 8%, citando “uma combinação saudável de volume e preço”, disse em comunicado na quinta-feira.
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