Breakfast

O mar está para cripto na América Latina

Também no Breakfast: “Dia D” nos mercados com decisão do Fed sobre juros; Família mais rica do mundo perde US$ 11,4 bi e Startup Casai fica sem dinheiro, demite e negocia fusão com Nomah, da Loft

27 de Julho, 2022 | 06:04 AM
Tempo de leitura: 5 minutos

Bloomberg Línea — Bom dia! Este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção da Bloomberg Línea com os temas de destaque no mundo dos negócios e das finanças.

Um milhão de clientes cripto em menos um mês. Essa é a marca que o Nubank, a maior fintech da América Latina, diz ter alcançado desde que seu serviço de compra e venda dessa categoria de ativos foi estendida a todos os clientes, no fim de junho.

A empresa passou a oferecer a seus mais de 53 milhões as criptomoedas Bitcoin e Ethereum, em parceria com a rede de blockchain Paxos Trust, que também trabalha com gigantes do setor financeiro como PayPal e Mastercard.

Outro cliente da Paxos é o Mercado Pago, a fintech do Mercado Livre, que também afirma ter conquistado a marca de 1 milhão de usuários de criptoativos em fevereiro deste ano.

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Cripto na América Latina: na contramão global

Apesar da recente liquidação de US$ 2 trilhões dos ativos digitais em âmbito global, que eliminou alguns dos maiores nomes do setor e expôs centenas de milhares de investidores individuais a grandes perdas, as criptomoedas continuam populares nas economias instáveis da América Latina, como Brasil, Argentina e Venezuela.

É que muitos trabalhadores remotos na região querem ser pagos em ativos digitais. Cerca de 5% de todos os pagamentos aceitos por trabalhadores remotos foram feitos em criptomoedas nos primeiros seis meses do ano, acima dos 2% nos últimos seis meses de 2021, de acordo com mais de 100.000 contratos analisados pela Deel, que ajuda empresas a contratar e pagar pessoas em mais de 150 países. Mais de dois terços dos pagamentos em criptomoedas ocorreram na América Latina.

Leia mais: Nubank acelera aposta em cripto enquanto ações e fortuna do CEO despencam

Criptomoedas continuam populares em economias da América Latina, e as fintechs sabem disso

Na trilha dos Mercados

A semana está movimentada, com indicadores macroeconômicos e balanços chacoalhando o mercado financeiro, mas o encontro mais esperado acontece hoje: chegou o dia de o Federal Reserve (Fed) dar seu veredito sobre o custo do dinheiro da maior economia do mundo. O banco central norte-americano deve optar por outro aumento de 0,75 ponto percentual, elevando os juros para a faixa de 2,25% a 2,5%, conforme a opinião preponderante no mercado.

👀 Ação presente, olhos no futuro. Talvez a maior surpresa que o Federal Reserve possa oferecer ao mercado de juros nos Estados Unidos hoje seja uma indicação de quanto mais a taxa básica precisará subir para restaurar a estabilidade de preços. Por ora, os contratos de swap que fazem referência às datas de reuniões do Fed precificam um aumento de meio ponto em setembro e um pico em torno de 3,4% em dezembro, seguido por cortes em 2023.

🤔 Má notícia que neutraliza outra pior. Nas últimas semanas, diante da divulgação de dados macroeconômicos que acenam para uma recessão, uma ala do mercado começou a apostar que o Fed poderia diminuir a dose de aperto monetário - segundo esta teoria, a probabilidade de uma desaceleração econômica se encarregaria de esfriar a persistente e duradoura inflação.

⏰ Ainda é cedo. Mas estrategistas como os do Goldman Sachs e do Morgan Stanley defendem outra lógica. Para eles, é provável que o Fed mantenha durante mais tempo sua atitude “hawkish”, mais enérgica quando o tema é subir juros, dada a persistente inflação nos EUA. Para eles, os mercados podem estar subestimando o risco das contínuas pressões inflacionárias.

🌊 O dia será agitado. Como se não bastasse a tão esperada decisão do Fed, hoje o dia está cheio de indicadores que medem o pulso da economia real e o ânimo dos investidores tanto nos EUA como na Europa. E a agenda de balanços está transbordando, com gigantes como Meta, Qualcomm, Boeing, Airbus, Rio Tinto, Ford, Spotify, Credit Suisse, para citar alguns poucos nomes.

Mais detalhes no Radar dos Mercados

Um panorama do começo da manhã
🟢 As bolsas ontem: Dow Jones Industrials (-0,71%), S&P 500 (-1,15%), Nasdaq Composite (-1,87%), Stoxx 600 (-0,03%), Ibovespa ( -0,50%)

Os mercados acionários caíram depois que o FMI pintou um quadro sombrio para a economia global e com os resultados decepcionantes do Walmart. O Fundo Monetário espera que o PIB mundial se desacelere para 3,2% em 2022, um impacto significativo considerando o crescimento de 6,1% do ano passado. Em abril, a projeção para o ano fechado era de 3,6%. Além disso, a confiança dos consumidores norte-americanos caiu para seu pior nível desde fevereiro de 2021. O Walmart, maior varejista do mundo, projetou que seu lucro ajustado cairá 13% no ano fiscal atual, reflexo do golpe da inflação no bolso dos consumidores.

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No radar

Esta é a agenda prevista para hoje:

EUA: Reunião do Fed. Índice de Compras MBA, Pedidos de Hipotecas MBA; Pedidos de Bens Duráveis/Jun, Balança Comercial de Bens/Jun; Estoques no Atacado e no Varejo; Vendas Pendentes de Moradias/Jun; Atividade das refinarias de Petróleo pela EIA

Europa: Zona do Euro (Empréstimos ao Setor Privado/Jun); Alemanha (Clima do Consumidor GfK/Ago); França (Confiança do Consumidor/Jul); Itália (Confiança Empresarial e do Consumidor/Jul)

Ásia: Japão (Índice de Indicadores Antecedentes)

América Latina: Brasil (Empréstimos Bancários/Abr); México (Balança Comercial/Jun)

Bancos centrais: Decisão do Fed sobre os juros dos EUA (às 15h de Brasília)

Balanços do dia: Meta, T-Mobile, Qualcomm, Bristol-Myers Squibb, Boeing, Airbus, Rio Tinto, Kering, Iberdrola, Lam Research, Mercedes-Benz, Boston Scientific, Shopify, Ford, Kraft Heinz, BASF, Universal Music Group, Danone, Hilton, Vici, Spotify, Credit Suisse

📌 Para a semana:

Balanços: Apple, Amazon, Petrobras, Nestlé, Vale, Mastercard, Pfizer entre outros

Quinta: PIB dos EUA

Sexta: CPI da Zona do Euro. EUA: Renda do Consumidor, indicador de sentimento de consumo da Universidade de Michigan

Destaques da Bloomberg Línea

Família mais rica do mundo perde US$ 11,4 bilhões

Google tranquiliza preocupações de Wall Street com publicidade

Microsoft: dólar forte pressiona vendas fora dos Estados Unidos

Como a mudança climática está afetando seu vinho favorito

E mais na versão e-mail do Breakfast:

• Também é importante: • Startup Casai fica sem dinheiro, demite e negocia fusão com Nomah, da Loft • Imune à inflação: LVMH vê ano ‘excelente’ com alta maior de roupas e bolsas • Kremlin manterá aperto de gás na Europa • Ex-diretor do BC que apoiou Selic a 2% ao ano defende aperto maior

• Opinião Bloomberg: Nova corrida espacial será privada. E é disso que precisamos

• Pra não ficar de fora: Jogos Olímpicos de Paris já enfrentam aumentos nos custos

⇒ Essa foi uma amostra do Breakfast, que na versão completa inclui muitas outras notícias de destaque do Brasil e do mundo.

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Edição: Michelly Teixeira | News Editor, Europe