Bloomberg Línea — O Federal Reserve, o banco central americano, acaba de anunciar nesta tarde de quarta-feira (27) um aumento de 0,75 ponto percentual na taxa de juros do país, para o intervalo de 2,25% a 2,5%, em linha com o consenso das expectativas de mercado. Isso significa que a taxa subiu 150 pontos-base em apenas duas reuniões, o maior aumento desde a era Paul Volcker, no início dos anos 1980.
Segundo o comunicado do Federal Reserve, os ganhos de emprego foram robustos nos últimos meses e a taxa de desemprego permaneceu baixa. Ainda assim, a inflação permanece elevada, refletindo desequilíbrios de oferta e demanda relacionados à pandemia, preços mais altos de alimentos e energia e pressões mais amplas sobre os preços. A inflação anual em junho marcou 9,1% no país. O Fomc reiterou que aumentos de juros contínuos “serão apropriados”.
O comitê continuará a monitorar as implicações de novos dados que alterem as perspectivas econômicas e está preparado para ajustar a orientação da política monetária, segundo o comunicado.
O presidente do Fed, Jerome Powell, concede entrevista coletiva às 15h30 (horário de Brasília), com mais detalhes sobre a decisão, mas o mercado não espera novas estimativas trimestrais. Ele deve sugerir que está aberto a um aumento de meio ponto em setembro, após sinais de crescimento econômico mais lento e queda nos preços das commodities, algo que pode esfriar a inflação durante o verão nos EUA.
Powell está tentando conter a inflação mais alta em 40 anos em meio a críticas de que ele demorou a responder ao aumento dos preços no ano passado, agitando os mercados financeiros com a preocupação dos investidores de que o Fed possa desencadear uma recessão.
O presidente da autarquia pode repetir que está disposto a aceitar alguma dor para garantir que a visão dos americanos de preços mais altos não se torne duradoura.
-- Com informações de Bloomberg News
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