Bloomberg — A dona do Facebook, Instagram e WhatsApp, a Meta (META) divulgou resultados do segundo trimestre que decepcionaram projeções dos analistas, com a primeira queda de receita desde que a empresa de Menlo Park foi à bolsa 10 anos atrás.
Os ventos macroeconômicos contrários com a alta de juros fez com que os anunciantes reduzissem os orçamentos para publicidade na big tech. A receita da Meta foi de US$ 28,8 bilhões no segundo trimestre, aquém da estimativa média de analistas para US$ 28,9 bilhões. O guidance para o terceiro trimestre também ficou aquém do esperado.
As ações da companhia caíam cerca de 2% no after-market em Nova York, após fecharem em queda de 6,3% na sessão regular, a US$ 169,58.
Publicidade tem sido um entrave para as empresas de tecnologia. Os profissionais de marketing estão gastando menos devido às várias pressões econômicas, deixando a Meta e seus pares para competir pelos orçamentos menores. Somado a isso, as regras de privacidade da Apple (AAPL) tornaram os anúncios no Facebook e no Instagram menos eficazes.
Ao reportar a receita de publicidade por geografia de usuário, a Meta separa as regiões por Estados Unidos e Canadá; Europa; Ásia e Pacífico; e “resto do mundo”. No “resto do mundo”, onde a América Latina está incluída, a receita no segundo trimestre por usuário foi de US$ 3,2 bilhões, 7,4% maior do que no primeiro trimestre.
Já a receita geral por usuário na região em que a América Latina está incluída foi de US$ 3,2 bilhões, maior do que os US$ 2,3 bilhões no trimestre anterior. Mesmo que a receita da região não seja tão significativa, como contraste, a América Latina (resto do mundo) teve 631 milhões de usuários ativos diários no trimestre, pouco mais que o dobro da Europa (303) e bem mais que Estados Unidos e Canadá (197), só perdendo para Ásia e Pacífico (836).
Enquanto isso, em um esforço para competir com o TikTok, da chinesa ByteDance, as redes sociais da Meta vêm mostrando a mais usuários vídeos em formato curto, com o qual os anunciantes ainda estão se acostumando e que não está ganhando tanto dinheiro dos anunciantes.
Todos os dias, 2,88 bilhões de pessoas estão usando uma das redes sociais do Meta, um pouco abaixo da estimativa média de analistas de 2,91 bilhões.
Mudanças
A Meta está passando por um período de mudanças, com o CEO Mark Zuckerberg tentando reunir seus funcionários para trabalhar com mais diligência para reter usuários, atrair jovens e impedir uma migração para o popular aplicativo TikTok.
A Meta colocou mais Reels – seus vídeos curtos inspirados no TikTok – em seus aplicativos e começou a pagar aos criadores para publicá-los. A empresa também fez uma mudança significativa nos algoritmos dos aplicativos sociais, para se concentrar em mostrar às pessoas novos tipos de conteúdo daqueles que eles não seguem.
Essa desaceleração nos gastos com publicidade atingiu alguns concorrentes mais do que outros. O Google, da Alphabet (GOOGL), viu um aumento nas vendas de anúncios, especialmente nos de busca, onde os profissionais de marketing pagam por publicidade de resposta direta. Mas a Snap (SNAP) e Twitter (TWTR) lutaram para atingir as metas de vendas; e a receita do Twitter caiu.
Para combater a incerteza, o Facebook tentou conter os custos diminuindo a contratação e concentrando-se em prioridades, como desenvolver sua estratégia de vídeo de formato curto e seu mecanismo de recomendação algorítmica.
A empresa ainda está investindo no Metaverso, o mundo imersivo de realidade virtual no qual Zuckerberg acredita que eventualmente trabalharemos, compraremos e nos comunicaremos. Mas os gastos diminuíram; alguns projetos, como um relógio que podia tirar fotos, foram arquivados.
-- Com informações de Bloomberg Línea
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