Bloomberg — Os principais executivos de bancos e empresas do Brasil, bem como juristas, economistas e outros profissionais assinaram uma carta em defesa da democracia do país e de seu sistema eleitoral, que se tornou alvo de alegações de fraude infundadas do presidente Jair Bolsonaro.
A carta, que não menciona Bolsonaro, mas refuta suas alegações, foi publicada na terça-feira (27) com mais de 3.000 assinaturas.
“As nossas eleições com o processo de contagem eletrónica têm sido um exemplo para o mundo”, diz o documento. “As urnas eletrônicas se mostraram seguras e confiáveis, assim como a Justiça Eleitoral.”
Entre os signatários estão os ex-presidentes dos bancos centrais Armínio Fraga e Persio Arida, Roberto Setubal do Itaú (ITUB4), Pedro Moreira Salles e Candido Bracher, Luis Stuhlberger da Verde Asset Management, Guilherme Leal da Natura (NTCO3), Pedro Passos e Fabio Barbosa, o ex-presidente do Credit Suisse Brasil José Olympio, Walter Schalka, da Suzano (SUZB3), e Horacio Lafer Piva, da Klabin (KLBN11).
Atrás do ex-presidente Luiz Inácio da Silva em todas as principais pesquisas de opinião, o presidente brasileiro intensificou os ataques contra as autoridades eleitorais e colocou em dúvida a integridade do sistema de votação eletrônica que o país utiliza há mais de duas décadas. Na semana passada, ele apresentou as alegações diante de uma audiência de embaixadores estrangeiros, levando a embaixada dos EUA em Brasília a emitir uma declaração no dia seguinte, chamando o sistema de votação do Brasil de “um modelo para o mundo”.
“Vivemos um momento de imenso perigo para a normalidade democrática, risco para as instituições da República e insinuações de desrespeito pelo resultado das eleições”, lê-se na carta, exigindo respeito pelo resultado das eleições.
O gabinete de Bolsonaro não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
--Com a colaboração de Felipe Marques e Vinícius Andrade
Leia também
Mercados em compasso de espera em dia de Fed e de turbilhão de balanços