Alerta para a democracia e outros 4 assuntos do Brasil e do mundo

Confira os principais tópicos que vão marcar o sentimento dos mercados nesta quarta-feira (27)

Juristas, empresários e outros profissionais assinaram, em conjunto, uma carta em defesa da democracia e do sistema eleitoral brasileiro
27 de Julho, 2022 | 09:35 AM

Bloomberg Línea — A quarta-feira (27) começa com os futuros americanos apontando para cima, e com os mercados europeus também operando em alta. Apesar de uma agenda corporativa movimentada, os mercados se atentam à decisão monetária do Federal Reserve, o banco central americano, nesta tarde, que dará pistas importantes do que está por vir. Por aqui, atenção para o manifesta de CEOs, juristas e empresários sobre ameaças à democracia.

1. Alertas para a democracia

Em um dia de decisões importantes lá fora, o mercado local deve ficar com os olhos voltados para o exterior. No entanto, é importante se atentar às recentes movimentações políticas, uma vez que crescem as adesões de importantes grupos empresariais pela defesa da democracia, a menos de 70 dias das eleições presidenciais.

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Na terça-feira (26), os principais executivos de bancos e empresas do Brasil, assim como juristas, economistas e outros profissionais, assinaram uma carta em defesa da democracia do país e do sistema eleitoral, que se tornou alvo de alegações de fraude infundadas do presidente Jair Bolsonaro. A carta, que não menciona diretamente o presidente, Bolsonaro, refuta suas alegações, e já contém mais de 3 mil assinaturas.

2. Olhos voltados ao Fed

O dia mais esperado da semana - ao menos pelos mercados - finalmente chegou. O banco central americano divulga na tarde de hoje, por volta das 15h (horário de Brasília), sua nova decisão de política monetária. Os investidores esperam uma alta de 0,75 ponto percentual (pp), no intervalo de 2,25% a 2,50%.

Na sequência, às 15h30, o presidente do Fed, Jerome Powell, fala sobre a decisão em uma coletiva de imprensa, em que dará pistas sobre o futuro do ritmo do aperto monetário do país, e também sobre os riscos de recessão e a persistente alta da inflação, que ainda não deu sinais de trégua.

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3. Mercados

O Ibovespa futuro recuava 0,56%, a 100.525 pontos, perto das 9h10, contrariando os futuros americanos, que sobem. Por lá, além do Fed, o dia é de reação a balanços, com as techs dominando. Microsoft (MSFT) e Alphabet (GOOGL), a dona do Google, divulgaram resultados ontem, em ambos os casos com ganhos e receitas abaixo das expectativas dos analistas. Mas o tom encorajador para o ano fiscal que segue ajudou a manter o otimismo. Assim, os futuros das ações de ambas as empresas subiam mais de 3% no início da manhã.

Na Europa, os mercados operavam em alta, porém com cautela, também à espera do Fed. O Stoxx600 subia 0,29%, enquanto o FTSE 100, do Reino Unido, tinha alta de 0,56%. O Dollar Index, índice do valor do dólar americano em relação a uma cesta de moedas estrangeiras, caía 0,17%.

4. Manchetes do dia

  • Estadão: Câmera no uniforme faz letalidade policial em São Paulo ser a menor em 17 anos
  • Folha de S. Paulo: Congresso dribla regra para liberar emendas em ano eleitoral
  • O Globo: Conselho da Petrobras discute hoje mudança na política de preços dos combustíveis
  • Valor: Instabilidade dificulta busca do ‘preço justo’ para as ações

5. Agenda

Além da decisão de política monetária do Fed, o dia reserva dados importantes que refletem a economia real e também o sentimento dos investidores. Na agenda de balanços, destaque para as gigantes Meta, Qualcomm, Shopify, Boeing, Airbus, Rio Tinto, Ford, Spotify e Credit Suisse. Dados da FactSet mostram que, até o momento, mais de 150 empresas listadas no índice S&P500 já reportaram seus resultados, sendo que 70% superaram as expectativas dos analistas.

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No Brasil, às 9h30, no horário de Brasília, serão divulgados os números mensais de Empréstimos Bancários, pelo Banco Central. Além disso, saem também os dados do saldo da dívida pública de junho e do fluxo cambial semanal. Paulo Guedes, ministro da Economia, se reúne ainda hoje com a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, por volta das 10h. De volta aos EUA, os indicadores esperados para o dia são o Índice de Compras MBA, Pedidos de Hipotecas MBA, Pedidos de Bens Duráveis de junho, Balança Comercial de Bens do mês de junho, Estoques no Atacado e no Varejo, Vendas Pendentes de Moradias do mês de junho e atividade das refinarias de Petróleo pela EIA.

E também...

Os preços dos petróleos tipo Brent e WTI avançavam 1,10% e 1,08% nesta manhã, seguindo o recuo nos estoques da commodity nos Estados Unidos. Já o minério de ferro tinha alta de 2,41%, avanço pela quarta sessão consecutiva. O bitcoin avançava 1,38%, acima dos 21 mil pontos, enquanto o ethereum subia 6,05%.

Por aqui, a Petrobras (PETR3; PETR4) divulgou mais cedo um fato relevante afirmando que Albacora possui um projeto de revitalização com potencial para aumentar sua produção significativamente, além de um extenso plano de desenvolvimento. Sob pressão, o Conselho de Administração da estatal se reúne hoje para discutir uma mudança nas políticas de preço. Está em pauta uma proposta que prevê que próprio Conselho seria responsável por estabelecer a política de preços.

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--Com informações da Bloomberg News

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Melina Flynn

Melina Flynn é jornalista naturalizada brasileira, estudou Artes Cênicas e Comunicação Social, e passou por veículos como G1, RBS TV e TC, plataforma de inteligência de mercado, onde se especializou em política e economia, e hoje coordena a operação multimídia da Bloomberg Linea no Brasil.