Bloomberg — A fortuna da família Walton caiu US$ 11,4 bilhões nesta terça-feira (26), depois que o Walmart (WMT) reduziu suas perspectivas de lucros pela segunda vez este ano.
As ações da varejista sediada em Bentonville, Arkansas, controlada pela família, caíram 7,6% nas negociações de Nova York, após divulgar que o lucro ajustado por ação cairá até 13% este ano, com os compradores dos Estados Unidos evitando gastar dinheiro em itens muito caros em meio ao aumento dos preços dos produtos. Há dois meses, a previsão de queda estava próxima de 1%, enquanto em fevereiro a previsão era de um aumento modesto.
O falecido patriarca da família, Sam Walton, construiu o negócio em torno de uma cultura de desconto que no passado ajudou a impulsionar suas ações em tempos de recessão. Ao revisar sua perspectiva, o Walmart citou o custo de reduzir os estoques de mercadorias que os clientes estavam cada vez mais relutantes em comprar, já que a inflação atinge uma alta de quatro décadas.
Os três filhos sobreviventes de Walton, Alice, Jim e Rob, a nora Christy e o filho de Christy, Lukas, possuem pouco menos da metade da varejista. Isso lhes dá um patrimônio líquido combinado de cerca de US$ 199,3 bilhões, segundo o Bloomberg Billionaires Index, uma queda de quase 11% desde o primeiro dia do ano.
O Walmart não foi o único varejista a ver suas ações caírem. A empresa canadense de comércio eletrônico Shopify caiu 14% na terça, depois que o CEO Tobi Lutke reconheceu que a decisão da empresa de expandir rapidamente após a pandemia de covid-19 não valeu a pena. Como resultado, a empresa disse que planeja cortar cerca de 10% de sua força de trabalho.
O declínio desta terça-feira (27) cortou US$ 383 milhões do patrimônio líquido de Lutke, reduzindo a fortuna do cofundador de 41 anos para cerca de US$ 3,1 bilhões, segundo o índice Bloomberg. As ações da Shopify, com sede em Ottawa, caíram 77% este ano.
A família Walton, que detém sua participação no Walmart por meio de vários fundos, aumentou suas vendas de ações nos últimos anos. Eles descarregaram US$ 6,2 bilhões em ativos no ano passado, o que a empresa disse ser parte de uma estratégia para manter a participação da família abaixo de 50% em meio a recompras.
Essas vendas, juntamente aos investimentos externos em ações dos EUA e fundos low-cost negociados em bolsa, os armaram com amplos fundos para aquisições. Um grupo liderado por Rob Walton concordou em comprar o Denver Broncos da NFL por um recorde de US$ 4,65 bilhões. O acordo, anunciado em junho, ainda precisa da aprovação do comitê financeiro da Liga Nacional de Futebol Americano e do dono da Liga.
Leia mais em bloomberg.com
Leia também: