Breakfast

Recessão, a palavra da vez entre o empresariado

Também no Breakfast: Mercados em compasso de espera com Fed, FMI e balanços de titãs; Refino de lítio é ‘licença para imprimir dinheiro’, diz Musk e De trens a aviões: greves em diferentes setores ameaçam economia global

25 de Julho, 2022 | 06:16 AM
Tempo de leitura: 4 minutos

Bloomberg Línea — Bom dia! Este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção da Bloomberg Línea com os temas de destaque no mundo dos negócios e das finanças.

Uma nuvem de preocupações sobre a forte pressão inflacionária segue pairando sobre as empresas, com dúvidas sobre aumento de custos e salários. Porém, mais do que uma alta dos preços, a forma como o aperto monetário ao redor do globo pode levar a economia a uma recessão tem ganhado cada vez mais a atenção no mundo corporativo.

De acordo com um relatório publicado na última semana pela Schroders, gestora global com mais de US$ 990,9 bilhões em ativos, o número de vezes que empresas usaram a palavra “recessão” durante as teleconferências de resultados do segundo trimestre foi a maior desde o início da pandemia de Covid-19, em 2020.

De acordo com a gestora, as empresas dos setores financeiro e industrial têm sido as mais ativas nos comentários sobre recessão, de modo que respondem por metade das menções documentadas sobre o tema.

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Mas há quem ainda não veja uma piora do cenário no horizonte. Para a secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, uma desaceleração na criação de empregos é provável, mas isso não significa que uma recessão é iminente. “Uma recessão é uma fraqueza generalizada na economia. Não estamos vendo isso agora”, disse no domingo (24) em entrevista à rede americana NBC.

NSYE

Na trilha dos Mercados

A semana tem um evento de máxima importância para o mercado financeiro global: o Federal Reserve (Fed) arbitra sobre o custo do dinheiro da maior economia do mundo. Ao mesmo tempo, para engrossar o caldo, tem relatório de projeções econômicas mundiais do Fundo Monetário Internacional (FMI) e balanços dos gigantes da tecnologia Alphabet (Google), Apple e Meta.

🌊 Volatilidade à vista. Para os mercados, portanto, se espera um comportamento cauteloso, já que os eventos previstos para a semana vão ajudar a esclarecer se a economia caminha rumo à tão temida recessão. Até agora, os principais índices acionários norte-americanos acumulam valorização no mês, depois de uma onda vendedora que arrastou as bolsas dos Estados Unidos ao território de baixa.

✳️ Novas apostas. Agora a aposta corrente entre os investidores é de que a esperada fraca expansão econômica, que poderia derivar, inclusive, a uma recessão, moderará a inflação e suavizará o ciclo de aperto monetário inaugurado pelos bancos centrais mundiais em 2022 - ao qual se uniu, na semana passada, o Banco Central Europeu (BCE).

⛈️ Nuvens carregadas sobre a Europa. A confiança dos empresários alemães caiu para o pior nível desde os primeiros meses da pandemia, abalada pelas crescentes preocupações de que a inflação recorde e o limitado fornecimento de energia da Rússia lançarão a maior economia da Europa em uma recessão. O indicador de expectativas do instituto Ifo recuou de 85,8 em junho para 80,3 em julho, bem abaixo dos 83,0 projetados pelos analistas.

Mais detalhes no Radar dos Mercados

Um panorama dos mercados
🟢 As bolsas ontem: Dow Jones Industrials (-0,43%), S&P 500 (-0,93%), Nasdaq Composite (-1,87%), Stoxx 600 (+0,31%), Ibovespa (-0,11%)

As bolsas norte-americanas interromperam seu ciclo de altas ao longo da semana e encerraram a sessão com perdas, afetadas por dados econômicos fracos e resultados trimestrais de empresas de mídia social como Twitter e Snap, que entregaram cifras piores do que o esperado. Os investidores também reagiram a uma contração na atividade comercial dos EUA, que caiu em julho pela primeira vez em mais de dois anos.

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No radar

Esta é a agenda prevista para hoje:

EUA: Índice de Atividade Nacional Fed Chicago/Jun, Índice de Atividade das Empresas Fed Dallas/Jul

Europa: Alemanha Índice Ifo de Clima de Negócios/Jul); Reino Unido (Índice CBI Tendências Industriais/Jul)

Ásia: Hong Kong (Balança Comercial); China (Investimento Estrangeiro Direto/Jun)

América Latina: Brasil (Confiança do Consumidor FGV/Jul, Boletim Focus, Transações Correntes/Mar, Investimento Estrangeiro Direto/Mar); México (Atividade Econômica/Mai)

Balanços do dia: RyanairVodafone, Sun, Ryanair, Newmont Corp, NXP Semiconductors, Anglo American, POSCO, Coca-Cola Femsa, entre outros

📌 Para a semana:

Balanços: Alphabet, Apple, Amazon, Microsoft, Meta, entre outros

Terça: Atualização das perspectivas econômicas mundiais do FMI. Atas da Reunião de Política Monetária do Banco do Japão (BoJ). Reunião de emergência dos ministros de energia da UE

Quarta: Decisão do Fed sobre os juros dos EUA

Quinta: PIB dos EUA

Sexta: CPI da Zona do Euro. EUA: Renda do Consumidor, indicador de sentimento de consumo da Universidade de Michigan

Destaques da Bloomberg Línea

Americanos se mudam para Europa em busca de moradia mais barata

Refino de lítio é ‘licença para imprimir dinheiro’, diz Musk

Varíola dos macacos: novos sintomas têm dificultado identificação de casos

‘Somos capitalistas’: vendedores criam ‘DataToalha’ com Bolsonaro e Lula em SP

Os bastidores da primeira derrota de Musk contra o Twitter nos tribunais

E mais na versão e-mail do Breakfast:

• Também é importante: • Inadimplência se deixará ver nos balanços de bancos • Quem são e o que fazem os generais de confiança de Bolsonaro na campanha • De trens a aviões: greves em diferentes setores ameaçam economia global • Rússia diz que ataque ao maior porto da Ucrânia foi em alvo militar

• Opinião Bloomberg: Você acredita que vai se aposentar como uma pessoa saudável? Ledo engano

• Pra não ficar de fora: Vendas de óculos tipo aviador disparam com sucesso de Top Gun nos cinemas

⇒ Essa foi uma amostra do Breakfast, que na versão completa inclui muitas outras notícias de destaque do Brasil e do mundo.

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Edição: Michelly Teixeira | News Editor, Europe