Bloomberg Línea — As intenções de voto no ex-presidente Lula (PT) cresceram em duas semanas, enquanto as do presidente Jair Bolsonaro (PL) caíram. O petista saiu de 41% para 44% das intenções de voto e Bolsonaro foi de 32% para 31%, segundo pesquisa BTG/FSB divulgada nesta segunda-feira (25).
Depois deles vêm Ciro Gomes (PDT), com 9% dos votos; Simone Tebet (MDB) e André Janones (Avante), empatados em 2%; e Pablo Marçal (Pros), com 1%.
Este é o melhor cenário para o ex-presidente desde o fim de maio, quando ele tinha 46% das intenções de voto. Da última pesquisa para cá, Lula apresentou crescimento acima da margem de erro da pesquisa, de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Já Bolsonaro segue estável dentro da margem de erro da pesquisa, entre 31% e 33% desde o fim de abril.
A pesquisa mostra ainda que 85% dos eleitores de Lula e 83% dos que declararam voto em Bolsonaro disseram que não pretendem mudar de ideia até outubro. Ambos tiveram queda de um ponto percentual em relação à última pesquisa, divulgada em 11 de julho.
As entrevistas foram feitas entre os dias 22 e 24 de julho. Já depois, portanto, da aprovação da emenda constitucional que aumentou o valor do Auxílio Brasil de R$ 400 para R$ 600, dobrou o valor do auxílio gás e criou um benefício de R$ 1 mil para caminhoneiros.
De acordo com a pesquisa, 55% dos eleitores estão informados sobre a medida e 58% as aprovam, o que pode demonstrar que elas não tiveram efeito significativo sobre a popularidade do presidente — para 61%, as medidas da emenda constitucional influenciam pouco ou nada no voto em outubro. Bolsonaro continua com 58% de rejeição, contra 48% de Lula e 47% de Ciro.
O novo auxílio, a versão bolsonarista do Bolsa Família criado pelo governo Lula, é conhecido por 88% dos entrevistados — embora ainda não tenha começado a ser pago e 83% dos pesquisados tenham informado não receber o dinheiro. O benefício de R$ 600 deve começar a ser distribuído em 18 de agosto e atingirá 18 milhões de famílias, segundo o Ministério da Cidadania.
O desempenho do governo ainda é considerado ruim ou péssimo por 47% dos eleitores (eram 50% em 30 de maio). Os que consideram ótimo ou bom eram 32% em 11 de julho e agora são 31%.
Ao mesmo tempo, 60% dos entrevistados acreditam que “o Brasil está em crise, mas com dificuldade de superar” e 58% desaprovam a forma de Bolsonaro governar. Em relação à inflação, 91% acreditam que os preços das coisas aumentaram nos últimos três meses e 46% acreditam que os preços ainda vão aumentar.
Essa última cifra vem melhorando, segundo o Instituto FSB. Na última pesquisa, de 11 de julho, 54% acreditavam que os preços continuariam aumentando, ante 65% da pesquisa anterior.
A pesquisa também foi feita depois que a Agência Nacional do Petróleo (ANS) registrou queda acumulada de 20,9% em média no preço da gasolina. Segundo a autarquia, a queda se deve a cortes nos tributos federais e no ICMS, um imposto estadual, incidentes sobre o combustível.
No levantamento, 54% dos entrevistados disseram que os combustíveis estão mais baratos hoje do que há um mês. Para 38% deles, o maior responsável pela redução do preço é o governo federal. Para 20%, é a Petrobras.
A pesquisa ouviu 2 mil pessoas por telefone entre os dias 22 e 24 de julho. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, e o índice de confiança é de 95%. O registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é BR-05938/2022.
Leia também:
Engajamento político maior? Número de eleitores no exterior sobe 40% neste ano
Vantagem de Lula sobre Bolsonaro é a menor desde abril, diz PoderData