Refino de lítio é ‘licença para imprimir dinheiro’, diz Musk

O CEO da Tesla afirmou que, se seus fornecedores não resolverem a escassez global de lítio, ele mesmo o fará

A China responde por mais da metade de toda a capacidade de refino de lítio atualmente, embora haja projetos de refino do mineral também da própria Tesla, no Texas
Por Annie Lee
23 de Julho, 2022 | 02:44 PM

Bloomberg — O bilionário Elon Musk pediu mais investimento no refino global de lítio para aliviar a escassez de insumos para baterias – e prometeu àqueles que aproveitarem a oportunidade que o negócio é tão lucrativo quanto “basicamente imprimir dinheiro”.

“Gostaria mais uma vez de estimular os empresários a entrarem no negócio de refino de lítio. A mineração é relativamente fácil, mas o refino é muito mais difícil”, disse o CEO da Tesla (TSLA) durante teleconferência de resultados na quarta-feira (20).

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As restrições à disponibilidade de lítio que elevaram os preços não são resultado da escassez de matérias-primas, mas se devem à capacidade global limitada de fornecer produtos químicos de hidróxido e carbonato de puríssimo grau, disse Musk. Os preços do carbonato de lítio na China aumentaram quase 450% no ano passado.

O refino é “bastante difícil e requer uma enorme quantidade de maquinário, além de ser algo complexo de escalar”, disse Musk. A China responde por mais da metade de toda a capacidade de refino de lítio atualmente, embora haja projetos de refino também em outras regiões. A chinesa Tianqi Lithium, por exemplo, entregou seu primeiro lote de uma nova operação australiana em maio deste ano.

Mas financiadores e produtores têm desconfiado de grandes gastos em novas refinarias e minas para aumentar a capacidade de produção, depois que uma enxurrada anterior de investimentos inundou a demanda e desencadeou uma queda de preços até o final de 2020.

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Muitos fornecedores de materiais foram forçados a reduzir a produção ou a atrasar projetos, e algumas operações foram totalmente suspensas.

De acordo com o presidente da Tesla, Robyn Denholm, a Austrália deve conseguir adicionar mais capacidade de refino e fabricação para ajudar o mundo a atender à crescente demanda por baterias.

Fonte: Bloomberg

Outras plantas também estão sendo projetadas em países como Chile, Argentina e Estados Unidos. A Tesla está construindo uma instalação no Texas e já está trabalhando na atividade de refino de lítio. “Se nossos fornecedores não resolverem esses problemas, nós mesmos o faremos”, disse Musk.

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A empresa vê sinais de que alguns preços de outros materiais – incluindo aço e alumínio – estão em trajetória descendente, e espera ver os benefícios disso ainda em 2022.

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