Bloomberg Línea — A Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou neste sábado (23) que a expansão do surto de varíola dos macacos em mais de 70 países é uma situação “extraordinária” que agora se qualifica como uma emergência global. A declaração deve estimular mais investimentos no tratamento da doença e acelerar a corrida por vacinas – por ora, escassas.
Segundo o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, há hoje mais de 16 mil casos da doença em 75 países e territórios analisados, bem como cinco mortes. Um grande número de casos ocorreu em pessoas entre 31 e 40 anos, e a maioria deles em pacientes do sexo masculino, de acordo com a OMS.
Durante coletiva de imprensa neste sábado, Ghebreyesus destacou que há cinco critérios utilizados para classificar uma doença como emergência global.
O primeiro deles recai sobre as informações fornecidas pelos países – que neste caso mostram que o vírus em questão se espalhou rapidamente para muitos locais que nunca o viram antes. Depois, são analistados os três critérios para declarar uma emergência de saúde pública de interesse internacional sob o Regulamento Sanitário Internacional – que foram atendidos.
Terceiro, o conselho do Comitê de Emergência, que não chegou a um consenso. Quarto, princípios científicos, evidências e outras informações relevantes – “que atualmente são insuficientes e nos deixam com muitas incógnitas”. E, por fim, o risco para a saúde humana, disseminação internacional e o potencial de interferência no tráfego internacional.
A avaliação da OMS é que o risco de varíola dos macacos é moderado globalmente, exceto na Europa, onde a Organização vê o risco como alto. “Temos um surto que se espalhou rapidamente pelo mundo, via novos meios de transmissão, sobre os quais entendemos muito pouco e que atendem aos critérios do Regulamento Sanitário Internacional”, disse Ghebreyesus.
A declaração de emergência global serve principalmente como um apelo para atrair mais recursos e atenção para o surto, exigindo uma resposta global coordenada.
A OMS já havia declarado emergências para crises de saúde pública, como a pandemia de covid-19, o surto de ebola na África em 2014, o vírus zika na América Latina, em 2016, e o esforço contínuo para erradicar a pólio.
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