Breakfast

A corrida das big techs pelo setor de saúde

Também no Breakfast: Mercados cautelosos antes de semana com avalanche de dados; Mercado cripto cresce na América Latina na contramão global e A dancinha de Zuckerberg: Facebook muda para parecer com TikTok

22 de Julho, 2022 | 06:44 AM
Tempo de leitura: 5 minutos

Bloomberg Línea — Bom dia! Este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção da Bloomberg Línea com os temas de destaque no mundo dos negócios e das finanças.

As big techs já estenderam seus tentáculos pelos mais diversos setores, como o de entretenimento e o bancário, e o de saúde agora é a menina dos olhos. Todas as grandes empresas de tecnologia, do Vale do Silício à China, com a Tencent, estão disputando este mercado. Mas a Amazon ontem fez uma investida bilionária para se consolidar no ecossistema de saúde.

Ontem, a gigante do e-commerce anunciou a compra da empresa de saúde primária One Medical por US$ 3,9 bilhões. É o mais recente movimento da Amazon para entrar no crescente mercado de saúde. O acordo representa a terceira maior aquisição da Amazon, atrás apenas das compras da Whole Foods, de alimentos in natura, e do estúdio de cinema Metro-Goldwyn-Mayer.

A Apple também está avançando e considera as manobras no setor de saúde fundamentais para o futuro de seus negócios. Nesta semana, publicou um relatório de quase 60 páginas descrevendo todos os seus recursos de saúde e parcerias com instituições médicas. A companhia, que promete continuar inovando em tecnologia de base científica, já oferece alguns serviços relacionados à saúde - desde monitoramento do sono e aulas de fitness até detecção de fibrilação atrial e rastreamento de ciclos.

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A corrida pelos dados

E por que as grandes empresas de tecnologias estão avançando com tanto afã sobre este mercado? A razão tem um nome: dados. Os dados são o novo petróleo da economia digital.

A indústria de cuidados de saúde está lidando com uma sobrecarga de informações, de natureza clínica e também de comportamento e sócio-econômicas, material valiosíssimo para que as empresas do mundo digital personalizem os serviços ao cliente, melhorem as taxas de retenção e aumentem suas vendas.

Big techs estão estreitando laços com esse segmento do mercado; One Medical, alvo do negócio, é uma empresa voltada para a a saúde primária

Na trilha dos Mercados

Depois da sacudida do Banco Central Europeu (BCE), que surpreendeu boa parte do mercado com uma alta dos juros de 0,50 ponto percentual, as notícias do continente devem semear mais volatilidade nos mercados. A avalanche de dados micro e macroeconômicos para a próxima semana, inclusive a decisão do Federal Reserve (Fed) sobre juros na próxima quarta-feira, deve deixar os investidores reticentes.

Economias em contração. A crise energética, a espiral inflacionária e a deterioração dos índices de confiança já se fazem sentir na indústria europeia. As economias da Alemanha e França encolheram no mês de julho, segundo dados preliminares do índice de gestores de compra (PMI). Ao compilar os dados sobre a compra de materiais para a fabricação de produtos, o indicador dá um panorama sobre a situação e a direção da economia.

Na Alemanha, o PMI composto foi o pior desde junho de 2020 (48,0 pontos). Na França, o indicador de indústria e serviços ficou em 50,6 pontos, mas o PMI manufatureiro entrou em zona de contração (49,6). Todos os resultados ficaram abaixo do esperado pelos economistas.

📖 Novo capítulo. O BCE dominou as manchetes com intervenções históricas. Contrariou os próprios sinais da presidente Christine Lagarde e optou por dobrar a alta dos juros, em 0,50 ponto. Foi o primeiro aumento de taxas desde 2011, o maior desde 2000 e a primeira vez desde 2014 que o custo do dinheiro sai do território negativo (agora as taxas estão zeradas).

☎️ Alô? Sem respostas. Mas a autoridade monetária decepcionou os investidores ao não explicar os detalhes da ferramenta que visa impedir a fragmentação do mercado de dívida europeu. É papel do BCE evitar uma diferença brutal dos prêmios de risco entre os países mais desenvolvidos do bloco, como é o caso da Alemanha, e os países periféricos, como Itália, Espanha, Portugal e Grécia (a renúncia do primeiro ministro italiano Maria Draghi fez disparar o prêmio de risco dos títulos italianos na jornada de ontem).

🤒 Saúde financiera? O mercado vai e vem no balanço corporativo. As ações da Snap Inc. chegaram a cair 28% depois do fechamento dos mercados, após anunciar vendas decepcionantes. Neste ano, as ações da empresa já perderam 65%. A performance ruim respingou nas outras empresas de tecnologia dependentes de publicidade digital, como Meta Platforms Inc. e Alphabet Inc.

Leia mais sobre os fatores que moverão os mercados hoje

Um panorama do começo da manhã
🟢 As bolsas ontem: Dow Jones Industrials (+0,51%), S&P 500 (+0,99%), Nasdaq Composite (+1,36%), Stoxx 600 (+0,44%), Ibovespa (+0,76%)

Os mercados acionários dos EUA voltaram a fechar em alta, impulsionados por grandes empresas de capitalização de mercado e ações de tecnologia, como Apple, Amazon e Tesla. O S&P 500 fechou com seu maior ganho em uma seqüência de três dias desde 27 de maio. A fabricante de veículos elétricos, que divulgou seu balanço após o fechamento das bolsas, anotou um ganho ajustado de US$ 2,27 por ação, superior aos US$ 1,83 esperados pelo mercado. Pela manhã, os índices de ações dos EUA foram atingidos pelo aumento de 0,50 ponto percentual da taxa de juros pelo BCE.

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No radar

Esta é a agenda prevista para hoje:

Indicadores PMIs/Jul: Estados Unidos, Japão, França, Alemanha, Reino Unido e Zona Euro

Europa: Reino Unido (Vendas no Varejo/Jun, Índice GfK de Confiança do Consumidor)

Ásia: Japão (IPC/Jun)

América Latina: México (IPC - 1ª quinzena do mês/Jul)

Bancos centrais: Levantamento do BCE com previsões econômicas. Relatório Mensal do Banco Central da Alemanha 

Balanços do dia: Verizon, Twitter, American Express, Norsk Hydro, NextEra Energy

Destaques da Bloomberg Línea

Mercado cripto cresce na América Latina na contramão global. Entenda

Musk: ‘Inferno da cadeia de suprimentos’ da Tesla deve terminar este ano

Biden testa positivo para covid e tem sintomas leves, diz Casa Branca

Petrobras: 3 destaques da prévia operacional do segundo trimestre

E mais na versão e-mail do Breakfast:

• Também é importante: • Por que iFood e XP decidiram investir milhões neste projeto em tecnologia • A dancinha de Zuckerberg: Facebook muda para parecer com TikTok • Qual o passaporte mais poderoso da América Latina? Spoiler: não é o brasileiro • Por que cada vez mais fintechs estão comprando bancos na América Latina

• Opinião Bloomberg: Como a BlackRock perdeu US$ 1,7 trilhão em seis meses

• Pra não ficar de fora: Como brasileiros transformaram este mercado de R$ 6,5 bilhões na Irlanda

⇒ Essa foi uma amostra do Breakfast, que na versão completa inclui muitas outras notícias de destaque do Brasil e do mundo.

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Edição: Michelly Teixeira | News Editor, Europe