Vibra: conheça os cotados ao cargo de CEO e entenda a saída de Wilson Ferreira

Conselheiros da distribuidora de combustíveis e da empresa de energia, Carlos Piani e Sérgio Rial são citados por analistas como candidatos mais fortes

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São Paulo — A distribuidora de combustíveis Vibra Energia (VBBR3), ex-BR Distribuidora, anunciou, nesta quarta-feira (20), a saída do CEO Wilson Ferreira Júnior, confirmando rumores que circulavam no mercado. O nome do substituto ainda não foi formalizado, mas analistas esperam a escolha de um dos nove membros do conselho de administração. Sérgio Rial, ex-CEO do Santander Brasil (SANB11), e Carlos Piani, presidente do conselho da Equatorial Energia (EQTL3), são cotados no mercado, mas também se cogita uma solução externa, como um ex-executivo da Raízen (RAIZ4).

Há a expectativa de que Ferreira retorne à Eletrobras (ELET3, ELET6), agora sob comando de investidores privados. Ele comandou a estatal por quase cinco anos, de 2016 a 2021.

A estatal informou que, no próximo dia 5 de agosto, será realizada a Assembleia Geral Extraordinária que vai eleger os membros do conselho de administração. “Qualquer nova informação sobre o tema será comunicada formalmente ao mercado”, finalizou.

Atualmente, Rodrigo Limp Nascimento acumula o cargo de CEO da Eletrobras com a posição, em caráter interino, de diretor de regulação e relações institucionais, segundo informou a companhia ao mercado no último dia 5 de julho.

A Vibra disse, em nota à imprensa, que Ferreira manifestou ao conselho de administração sua intenção de se desligar do comando da companhia para “buscar novos desafios em sua trajetória profissional” e que ele continuará no cargo “até a data do seu desligamento, que será comunicada posteriormente, seguindo toda a legislação aplicável, garantindo a transição para seu sucessor”.

Eficiência

Para os analistas Vicente Falanga, do Bradesco BBI, e Ricardo França, da Ágora Investimentos, o próximo CEO da Vibra será um ator fundamental na definição do próximo caminho estratégico da companhia.

“Acreditamos que o mercado gostaria de um nome que ainda mantivesse a Vibra no caminho de transição, mas também aprofundando as eficiências potenciais a serem extraídas do atual negócio de distribuição de combustíveis”, escreveram em relatório enviado aos clientes.

Os analistas comentaram ainda sobre os nomes cotados para o cargo. “Parte do mercado acredita que um perfil como Carlos Piani (atualmente membro do conselho) poderia ser indicado como CEO. Piani foi um dos principais nomes por trás da história de sucesso da Equatorial com foco em eficiência. Outro nome especulado é Sérgio Rial, com experiência em entregar eficiências”.

Os especialistas do Bradesco BBI e da Ágora dizem ainda que uma terceira possibilidade seria um nome mais ligado à distribuição de combustíveis, potencialmente um ex-executivo da Raízen.

As ações da Vibra chegaram a disparar mais de 6% no começo do pregão da B3 nesta quarta e fecharam com ganho de 5,52%. “O mercado vem especulando sobre a saída de Ferreira há alguns meses, então o anúncio de hoje deve finalmente remover esse ‘risco” das ações’. As ações não estavam tendo um bom desempenho com as especulações, pois ele foi o principal responsável pelas recentes aquisições para a transição energética, principalmente a Comerc”, citaram Falanga e França.

Reação negativa

A saída de Ferreira foi considerada uma notícia negativa pelos analistas Bruno Amorim, João Frizo e Guilherme Costa Martins, do banco norte-americano Goldman Sachs.

Vemos esta notícia como negativa para a Vibra, uma vez que ele era bem visto pelo mercado, dado sua bem-sucedida experiência anterior no setor de eletricidade no Brasil. Além disso, notamos que Wilson liderou esforços para a transição da Vibra na área de energias renováveis através de algumas aquisições, notadamente a Comerc”, escreveram em relatório.

Para a analista da MyCAP Investimentos Júlia Monteiro, a valorização das ações da Vibra, após o anúncio da saída do CEO, acompanhou também o dia positivo do setor de energia.

“A ação da Vibra é uma das nossas recomendações de compra do mês. Temos uma expectativa positiva com as entregas de resultados da companhia. O futuro CEO tem de ser um executivo com expertise no setor, pois a Vibra é um negócio mais plural e tem muito valor a destravar”, disse à Bloomberg Línea.

Perfis

Os dois executivos cotados para o cargo possuem experiência em comandar corporações. Piani é atualmente CEO e conselheiro da HPX Corp, presidente do conselho da Equatorial Energia e conselheiro da Bemobi Mobile Tech, informa o site da Vibra. O executivo é administrador de empresas graduado pelo IBMEC-RJ (1998) e em processamento de dados pela PUC-RJ (1996).

Ele foi ainda CEO da Kraft Heinz no Canadá (2015 a 2018), presidente da PDG Realty (2012 a 2015), sócio e co-responsável pela área de private equity da Vinci Partners (2010 a 2015), CEO e CFO da Equatorial Energia e suas subsidiárias (2004 a 2010) e analista de fusões e aquisições e sócio da área de investimentos ilíquidos do Banco Pactual (1998 a 2004).

Rial preside atualmente o conselho de administração do Santander Brasil, além de ser presidente do conselho de administração da Universia Brasil. Ele é formado em Direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e em Economia pela Universidade Gama Filho.

A carreira profissional de Rial inclui os cargos de CEO da Marfrig Global Foods, vice-presidente executivo e de diretor financeiro mundial da Cargill. Também foi membro do conselho de administração da Cargill por nove anos. Foi diretor-gerente no Bear Stearns em Nova York, diretor do ABN AMRO Bank e membro do conselho de administração do ABN AMRO Bankna Holanda, bem como membro do conselho de administração da Mosaic Fertilizantes.

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