Bloomberg — A Apple (AAPL) publicou um relatório de quase 60 páginas nesta quarta-feira (20) descrevendo todos os seus recursos de saúde e parcerias com instituições médicas, argumentando que essas ofertas são fundamentais para o futuro da gigante da tecnologia.
A empresa apontou para sua amplitude de serviços existentes - desde monitoramento do sono e aulas de condicionamento físico até detecção de fibrilação atrial e rastreamento de ciclo menstrual - e prometeu construir um braço forte de saúde sobre essa base. O diretor de operações Jeff Williams, que supervisiona os esforços de saúde da Apple, disse em comunicado anexado ao relatório que a empresa continuará inovando em “tecnologia baseada na ciência”.
“As inovações em saúde em que fomos pioneiros têm como objetivo ajudar a quebrar as barreiras entre os usuários e seus próprios dados diários de saúde, entre profissionais de saúde e pacientes e entre pesquisadores e participantes de estudos”, disse ele.
O relatório serve como uma resposta aos críticos da Apple, que afirmaram que a empresa por não fazer tanto quanto os seus concorrentes na área de saúde. Embora o Apple Watch domine o mercado, o dispositivo nem sempre teve atualizações tão rápidas como as de outros produtos no segmento. Titãs da tecnologia como a Amazon (AMZN) e o Google (GOOGL) fizeram incursões ambiciosas no campo médico - com resultados mistos.
A Apple argumenta que é pioneira em tecnologia de saúde e está posicionada para usá-la como um motor de crescimento nos próximos anos. Os recursos de fitness já são um grande ponto de venda para o Apple Watch, e a empresa planeja adicionar recursos relacionados à saúde das mulheres e monitoramento da temperatura corporal como parte de uma nova linha que será lançada este ano, informou a Bloomberg. A companhia também está trabalhando em tecnologias como monitoramento de glicose e pressão arterial.
A tecnologia da saúde é uma das várias categorias que a empresa aposta como um dos motores para o aumento das vendas. A Apple também está trabalhando em um headset de realidade mista para o próximo ano, junto aos óculos de realidade aumentada, dispositivos dobráveis e um carro elétrico autônomo.
Embora a empresa não cobre diretamente por seus recursos de saúde, os aprimoramentos podem ajudar a impulsionar as vendas de dispositivos futuros. A empresa também oferece um serviço de assinatura Fitness + que pode adicionar mais conexões de saúde.
Desvendar os serviços de saúde tem sido uma tarefa desafiadora para as empresas do Vale do Silício. O Google fechou sua unidade de saúde dedicada no ano passado, embora possua empresas no espaço, como Verily e Fitbit. A Amazon avançou, inclusive com um serviço de farmácia online e parcerias com prestadores de serviços de saúde presenciais. Enquanto isso, a Samsung Electronics Co. tem seu próprio aplicativo de saúde e oferece alguns recursos semelhantes aos da Apple.
Em seu relatório, a Apple disse que tem uma vantagem na criação de novas ofertas por causa de seus estudos de pesquisa. Um recurso para analisar a estabilidade de caminhada de um usuário do iPhone, por exemplo, foi criado com base em dados coletados por mais de 100.000 usuários. A empresa também tem parceria com várias instituições médicas e pesquisadores, incluindo a Universidade da Califórnia (UCLA).
O iPhone e o Apple Watch agora suportam recursos em 17 áreas de condicionamento físico e saúde, de acordo com o relatório. E o aplicativo Saúde pode armazenar mais de 150 tipos de dados relacionados à saúde.
Além disso, existem dezenas de milhares de aplicativos de terceiros na App Store que podem acessar o aplicativo Health, segundo o relatório. A empresa está adicionando rastreamento e lembretes de medicamentos e novos recursos de treino aos seus dispositivos neste outono.
Veja mais em bloomberg.com
Leia também:
Apple é mais uma big tech a reduzir o ritmo de contratações para 2023. Entenda
Apple projeta relógio para esportes radicais com tela maior e caixa de metal
