Inflação é ameaça? Não para a Volvo, que pretende até limitar novos pedidos

Segunda maior fabricante de caminhões do mundo trabalha para atender à demanda reprimida e reduzir a fila de espera

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Bloomberg — A Volvo disse que a desaceleração da economia global ainda não está pesando sobre a demanda, já que divulgou lucro acima do esperado no segundo trimestre.

“Percebemos, como todo mundo, que as medidas macroeconômicas tomadas agora pelos bancos centrais devem reduzir as pressões inflacionárias”, disse o CEO da Volvo, Martin Lundstedt, nesta terça-feira (19). “Isso afetará o consumo, a economia geral e a demanda por transportes – mas ainda não vemos nada disso em nossos números.”

A segunda maior fabricante de caminhões do mundo trabalha para atender à demanda reprimida e reduzir a aceitação de novos pedidos para diminuir o tempo de espera e lidar com a inflação. Embora a Volvo tenha enfrentado custos extras relacionados às interrupções na cadeia de suprimentos e matérias-primas, os preços aumentaram para mitigar esses efeitos.

O lucro operacional ajustado para os três meses até junho ficou em 13,75 bilhões de coroas suecas (cerca de US$ 1,32 bilhão), disse a fabricante em comunicado, superando a estimativa média dos analistas de 12,5 bilhões de coroas.

Baixa visibilidade

As vendas líquidas subiram 31%, para 118,9 bilhões de coroas, em meio ao bom momento nas vendas de veículos e no negócio de serviços, disse a empresa, acrescentando que continua esperando problemas de produção causados pela crise na cadeia de suprimentos.

Embora a demanda pelos caminhões da Volvo tenha permanecido alta, a entrada de pedidos caiu 8%, com fortes novos negócios nos EUA incapazes de compensar a alocação restritiva de pedidos na Europa.

“Ainda não estamos fora de perigo”, disse Lundstedt. “Não é apenas uma questão de chips, eletrônica ou logística. Ainda vemos gargalos em muitos lugares, por isso devemos permanecer vigilantes.”

A Volvo manteve suas projeções para este ano na maioria dos principais mercados, mesmo alertando sobre a baixa visibilidade causada pela situação da cadeia de suprimentos, a pandemia e a guerra na Ucrânia.

A fabricante ainda vê os mercados europeu e norte-americano de caminhões pesados em 300 mil unidades cada um, e o mercado brasileiro em 100 mil veículos. A Volvo reduziu sua expectativa para o mercado chinês de caminhões pesados de 880.000 unidades para 700.000 unidades.

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