Imagina na Copa: figurinhas de álbum do torneio no Catar dobram de preço

Valor do pacote salta de R$ 2 na edição para a Copa da Rússia, há quatro anos, para R$ 4 neste ano; IPCA avançou 28% desde então

Pacote de figurinhas agora custa R$ 4, enquanto o preço do álbum subiu de R$ 7,90 para R$ 12
19 de Julho, 2022 | 05:58 PM

São Paulo — A inflação mais alta em duas décadas no Brasil acaba de fazer uma nova vítima: o álbum e as figurinhas da Copa do Mundo do Catar. O álbum será lançado em 19 de agosto, cerca de três meses antes da abertura oficial em 21 de novembro.

Um pacote com cinco figurinhas custará R$ 4, o dobro do valor cobrado quatro anos atrás, na Copa da Rússia. Ou seja, uma inflação de 100%. Na comparação com a Copa do Mundo do Brasil, que foi em 2014, o aumento foi de 300%, dado que o preço era de R$ 1.

Se o reajuste da Panini, empresa que confecciona o álbum e as figurinhas, levasse em conta apenas a inflação ao consumidor medida pelo IPCA acumulada do período, o pacote de figurinhas deveria custar neste ano R$ 2,56 (levando em referência a variação acumulada desde julho de 2018) ou R$ 1,63 (em relação a julho de 2014).

O álbum também ficou mais caro, subindo de R$ 7,90 em 2018 para os atuais R$ 12: a alta foi de 51,9%. Ou seja, o reajuste ficou 18,6 pontos percentuais acima da inflação ao consumidor acumulada no período. A versão colecionável de 2022 terá 670 cromos, segundo a Panini. Em 2018, eram 682 cromos.

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A Panini afirmou, em nota enviada à Bloomberg Línea, que “a editora mantém o preço dos produtos colecionáveis há dois anos entre R$ 3,50 e R$ 4,00, valor este alinhado e praticado em toda a América Latina”.

“Esclarecemos, ainda, que o álbum de figurinhas da Copa do Mundo Catar 2022 é um produto oficial licenciado pela FIFA e, por esse motivo, tem que seguir políticas de equiparação de preços em todos os países LatAm, conforme regras definidas pela entidade. A finalidade disso é evitar problemas de cross-border [fronteiras] e proteger mercados de diferentes localidades”, explicou a editora.

É uma referência à possível “tática” de colecionadores de comprar figurinhas em outros países onde os preços são mais baixos.

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Tamires Vitorio

Jornalista formada pela FAPCOM, com experiência em mercados, economia, negócios e tecnologia. Foi repórter da EXAME e CNN e editora no Money Times.