Temporada de balanços: Goldman Sachs dribla queda de ações com renda fixa

Operação comercial do banco registrou um aumento de 32% na receita do segundo trimestre, com destaque para operações de renda fixa

ASSISTA: O estrategista do Goldman Sachs, Peter Oppenheimer, diz que as ações parecem atraentes em um horizonte de 6 a 12 meses.Fonte: Bloomberg
Por Sridhar Natarajan
18 de Julho, 2022 | 10:25 AM

Bloomberg — Operadores do Goldman Sachs (GS) reagiram à queda de subscrição do setor com ganhos de receita que superaram as estimativas dos analistas.

A operação comercial registrou um aumento de 32% na receita do segundo trimestre, que incluiu outro período de destaque para renda fixa, com alta de 55%, disse a empresa com sede em Nova York nesta segunda-feira (18) em comunicado.

Os ganhos ajudaram a evitar a forte desaceleração nos bancos de investimento, uma vez que a volatilidade que estimulou os ganhos nas negociações pesou nos mercados de capitais e na gestão de ativos. O negócio de mercados globais, que abriga os traders do Goldman, registrou US$ 6,47 bilhões em receita no trimestre com taxas, commodities e moedas ajudando a impulsionar os ganhos de renda fixa.

O Goldman foi o último dos seis maiores bancos americanos a divulgar resultados, com os investidores vasculhando os relatórios em busca de pistas sobre a saúde da economia. Executivos da empresa disseram na semana passada que os EUA estão bem posicionados para resistir às consequências do aumento da inflação, mesmo que o aumento das taxas de juros leve a economia a uma recessão nos próximos trimestres. Os chefes dos bancos alertaram que uma mistura potente de obstáculos ainda é uma ameaça, incluindo a inflação e o impacto da invasão da Ucrânia pela Rússia.

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As ações do Goldman acumulam queda de cerca de 23% este ano, empurrando seu preço para o valor contábil abaixo de 1 – um desenvolvimento indesejado que acompanha como os investidores avaliam os ativos líquidos da empresa. As ações subiam 3,7%, para US$ 304,74 às 10h37 (horário de Brasília) no início do pregão de Nova York.

Mesmo com os mercados de ações atingidos durante o trimestre, a pressa dos clientes em reposicionar as carteiras e se adaptar à crescente volatilidade global ajudou a impulsionar os negócios de renda fixa para as principais empresas de Wall Street. O Citigroup (C), o banco com maior exposição internacional, superou com folga as expectativas na semana passada com um volume inesperadamente grande de operações de renda fixa.

A receita de banco de investimento do Goldman Sachs caiu 41%, refletindo uma queda acentuada na subscrição, um declínio que foi bem noticiado à medida que os clientes se afastavam dos mercados de capitais. Os analistas esperavam uma queda de 46%. O negócio de consultoria em fusões ajudou a evitar uma queda maior, registrando US$ 1,2 bilhão em receita – um número que foi quase o dobro dos divulgados pelo rival mais próximo da empresa nesse negócio, o JPMorgan Chase (JPM).

O domínio consultivo do Goldman não foi suficiente para combater a queda acentuada no negócio de subscrição, especialmente nos mercados de capitais, onde a receita encolheu 89%.

Um vento contrário para o mercado foi a implosão do mercado de SPACs, ou as empresas de cheque em branco, com o Goldman e outros bancos fugindo do que já foi uma potência entre M&As.

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