Bloomberg — A onda de calor escaldante que paira sobre a Europa tem levado o sistema de energia da região ao limite, colocando à prova as políticas de energia voltadas para atender temperaturas mais amenas, de acordo com a Lane Clark & Peacock LLP, de consultoria financeira e de negócios.
Com o calor extremo, a produção de energia foi reduzida, já que as estações de gás natural funcionam com menos eficiência e os geradores nucleares precisam manter manter suas usinas resfriadas. As temperaturas mais quentes também afetam as vias de navegação, com o rio Reno, na Alemanha, no menor nível em pelo menos 15 anos - o que também ameaça as entregas de carvão para usinas de energia.
“Um fator determinante de preocupação para a indústria é que – nas temperaturas que estamos vendo no Reino Unido e na Europa – muitos dos sistemas de energia simplesmente ficam menos eficientes e não conseguem fornecer uma capacidade de energia normal”, disse Rajiv Gogna, sócio especialista em energia da consultoria.
O clima quente coloca em evidência a pior crise energética da Europa em décadas, principalmente por causa da invasão da Ucrânia pela Rússia e suas consequências. Com temperaturas mais altas, a oferta pode não ser suficiente para atender à demanda, além do reabastecimento necessário antes do próximo inverno, de acordo com a Rystad Energy, de pesquisa em energia e inteligência de negócios
As temperaturas no Reino Unido devem bater o recorde de 38,7 graus Celsius na terça-feira (19), com os termômetros subindo acima de 40° C em Londres e grande parte da Inglaterra. Recordes semelhantes estão sendo quebrados em toda a Europa, onde as temperaturas devem subir ainda mais.
“Embora o foco da política energética para o futuro tenha se concentrado em como fornecemos energia durante o inverno, principalmente para manter nossas casas aquecidas, também devemos considerar os cenários que estamos enfrentando hoje”, disse Gogna, sócio da da LCP.
Enquanto isso, os preços também disparam. A energia futura da Alemanha subiu para 397 euros por megawatt-hora, a maior desde março. Enquanto isso, o índice equivalente da França subiu para o maior patamar desde abril, a 521 euros.
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