Bloomberg — Investidores que apostam na queda das ações da EZTec (EZTC3) ganharam um reforço para sua tese.
As ações da incorporadora brasileira com foco nos segmentos de média e alta renda chegaram a cair até 6,7%, a R$ 14,91, na Bolsa nesta segunda-feira (18), após a divulgação de que as vendas líquidas da companhia totalizaram R$ 229 milhões no segundo trimestre, uma queda de 20% em relação ao mesmo período no ano anterior.
As vendas líquidas frustraram a expectativa dos analistas, que apontaram para um cenário de demanda fraca no curto prazo e monitoram o comportamento das margens em meio à alta dos custos.
O percentual de ações alugadas da EZTec em relação às ações livremente negociadas está em cerca de 19,4%, o maior entre todas as empresas que integram o índice Ibovespa. Isso significa uma ampla aposta no mercado na queda das ações da companhia.
A postura conservadora da companhia em termos de lançamentos pode ser a melhor decisão considerando o banco de terrenos da EZTec, mas deve se traduzir em geração de receita mais fraca nos próximos trimestres, pressionando os resultados, segundo Bruno Mendonça, analista do Bradesco BBI, que reafirmou uma recomendação neutra para o papel.
O Bank of America (BAC) reiterou uma recomendação equivalente à venda, dizendo que a dificuldade de repassar a inflação de custos pode resultar em alguma compressão na margem bruta ao longo do ano.
Para o BTG Pactual (BPAC11), as pressões de curto prazo com a alta de juros são compensadas por um balanço sólido e um valuation considerado atrativo. O papel negocia a 0,8 vezes o valor patrimonial, segundo dados compilados pela Bloomberg.
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