Bloomberg — Engana-se quem acha que o assunto PEC dos benefícios se encerrará depois que o projeto passou pelo Congresso. Integrantes do Tribunal de Contas da União (TCU) afirmam que o texto terá problemas quando for analisado pela corte, especialmente no trecho que trata da criação de um estado de emergência.
Esse mecanismo foi incluído na proposta para driblar a legislação que veta a criação de benefícios em ano eleitoral. Quando chegar a hora, os técnicos do governo que elaboraram o texto podem acabar tendo que responder a um processo na corte de contas por isso, diz uma pessoa que acompanha o assunto de perto.
Na hora certa
O presidente da Câmara, Arthur Lira, quer conversar com o ex-presidente Luiz Inacio Lula da Silva, mas avalia que esse não é o momento.
A interlocutores, Lira afirma que sua situação não é como a do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, pois seu partido é base do governo e tem um representante dentro do Palácio do Planalto. Pacheco, do PSD, por outro lado, pode e já se reuniu com Lula, que busca apoio dos partidos da chamada terceira via ainda no primeiro turno.
A conversa com Lula agora não cairia bem, diz o presidente da Câmara, que, mesmo assim, tem recebido ligações de emissários do ex-presidente em busca de aproximação. Segundo interlocutores de Lira, a avaliação do comandante da Câmara é que o presidente Jair Bolsonaro continua errando ao insistir num discurso de polarização, briga com o STF e questionamento das urnas eletrônicas.
Guedes na campanha
O ministro da Economia, Paulo Guedes, decidiu atender aos pedidos do time de campanha e trabalhar pela reeleição de Bolsonaro. Guedes começou a enviar a interlocutores mensagens com medidas do governo na área econômica, como a reforma da Previdência, o auxílio emergencial e a privatização da Eletrobras. E não se ateve à sua pasta. As mensagens destacam também uma redução no número de homicídios e crimes violentos e apreensão recorde de drogas e entorpecentes.
Amigos mil
O ex-chanceler Celso Amorim, apontado como um potencial ministro das Relações Exteriores ou mesmo secretário especial no Planalto caso o ex-presidente Lula vença as eleições, tem sido procurado por colegas diplomatas que querem se reposicionar no Itamaraty com uma eventual mudança de governo. Amorim chegou a comentar recentemente que não sabia que tinha tantos amigos ali dentro.
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