Cinco conselhos para reduzir o impacto da inflação na sua empresa

Os preços continuam aumentando, afetando os bolsos das famílias e também as contas das empresas, então como proteger seu negócio?

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Bloomberg Línea — A inflação vem impactando o poder de compra das famílias e, ao mesmo tempo, as empresas, que podem acabar atrasando investimentos, ter problemas no fluxo de caixa e até mesmo ficar incapazes de sustentar os empregos que geram em condições econômicas mais normais.

Segundo Germán Machado, professor de economia da Universidade dos Andes, “a inflação faz com que os custos de produção aumentem”. Isso significa que as empresas são forçadas a reduzir suas margens e ganhar menos ou aumentar os preços de venda. Por sua vez, isso pode fazer com que os consumidores fiquem tentados a consumir menos (caso não seja um produto necessário). Assim, as finanças da empresas podem sofrer em diferentes aspectos”.

O especialista prosseguiu dizendo que “como, do ponto de vista comercial, o custo dos insumos, alugueis e máquinas foram os mais impactados, os preços vêm aumentando, afetando o fluxo de caixa. Além disso, as expectativas sobre o que deve acontecer com os preços podem alterar as decisões de investimento e contratação”.

Considerando a situação atual, Alba Zulay Cárdenas, diretora da especialização e mestrado em finanças da Escola de Negócios da Universidade Tecnológica de Bolívar (UTB), apresenta uma série de recomendações e medidas para que os empresários, principalmente os pequenos, possam se sustentar e não aumentar os indicadores de informalidade e desemprego em seu país.

Reestruture as dívidas

A reestruturação da dívida consiste em agrupar várias dívidas em uma nova obrigação financeira com novos prazos, visando obter alívio financeiro temporário no fluxo de caixa, o que permite ao empresário melhorar sua liquidez, ou seja, o dinheiro disponível. “É necessário ter em mente que esta opção deve ser abordada com prudência, pois uma reestruturação da dívida aumentará a classificação de risco perante a instituição financeira, o que afetará seu histórico de crédito”, diz Cárdenas.

Tome cuidado com novos empréstimos

Recomenda-se prudência ao fazer novos empréstimos, já que as altas taxas de juros, cujo objetivo é conter a inflação, também acabam afetando as despesas não operacionais das empresas, reduzindo, assim sua margem líquida.

Revise e ajuste a estrutura de custos

Como a energia é um dos itens cujo preço aumentou mais, o empresário deve se esforçar para fazer racionamento, além de focar em sua estrutura de custos fixos e ajustá-la em áreas como aluguel de instalações comerciais, como muitos já fizeram. Portanto, é recomendável utilizar as redes sociais como vitrine para a venda de produtos e serviços, mantendo concomitantemente o controle sobre os custos variáveis ligados ao volume de clientes.

Inove em seu portfólio de produtos ou serviços

Com a pandemia, as pessoas adotaram novos hábitos de consumo, o que permite criar ou melhorar produtos ou serviços em resposta a essas novas tendências ligadas ao bem-estar e à saúde pessoal e familiar. “Os empresários devem criar novos produtos que sejam atrativos para as pessoas, a fim de manter uma gama de vendas que lhes permita permanecer no mercado”, observou Cárdenas.

Substitua matérias-primas ou insumos

“Muitos pequenos empresários conseguiram sobreviver substituindo matérias-primas por outras mais baratas que não afetam a qualidade do produto final. Por exemplo, algumas padarias optaram por comprar marcas mais baratas de insumos como manteiga e farinha de trigo a fim de manter e/ou reduzir os custos de produção”, disse a especialista.

Por fim, considerando os números da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), Cárdenas especifica que “o governo deve voltar sua atenção para o agro e incentivar a produção de matérias-primas e alimentos para deixar de importar o que pode ser produzido internamente, porque com o aumento do dólar estamos ficando mais pobres e também não conseguimos comprar produtos importados”.

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