Bloomberg Línea — Bom dia! Este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção da Bloomberg Línea com os temas de destaque no mundo dos negócios e das finanças.
O cenário macroeconômico se tornou mais desafiador para os bancos brasileiros neste segundo semestre diante das previsões cada vez mais consensuais de uma recessão nos Estados Unidos e dos impactos do ciclo mundial de alta dos juros - para conter a inflação - nos fluxos de capital para países emergentes, segundo analistas e gestores ouvidos por Bloomberg Línea.
Os balanços dos gigantes americanos JPMorgan (JPM) e Morgan Stanley (MS), considerados decepcionantes, acenderam o sinal de alerta no mercado devido à redução dos lucros e das receitas reportados no segundo trimestre.
A safra de resultados dos bancos brasileiros só começa na última semana do mês. Inadimplência, diversificação de receitas e controle de custos são apontados como os principais pontos a serem observados por investidores.
A piora da qualidade do crédito é o principal ponto a ser observado nos resultados financeiros do segundo trimestre do setor bancário, segundo o analista Pedro Leduc, do Itaú BBA.
➡ Leia mais em Itaú e Bradesco vs. Nubank: o que esperar do impacto da crise nos balanços
Na trilha dos Mercados
A macroeconomia, sobretudo os indicadores dos Estados Unidos, tem posição de destaque na pauta dos investidores hoje. Os dados medirão a temperatura da atividade industrial à disposição dos consumidores em comprar. Os balanços corporativos, que vêm asseverando o mau momento pelo qual atravessa o setor bancário, também serão acompanhados de perto.
🛟 Mar agitado. A volatilidade marca o passos dos mercados de renda variável, que esta manhã já oscilaram entre perdas e ganhos. Com tanta macro e a proximidade das reuniões dos principais bancos centrais mundiais (Banco Central Europeu na semana que vem, 21, e Federal Reserve depois, no dia 27), a cautela deverá prevalecer, ainda que a tentação seja aproveitar os preços descontados.
🤨 Pouca alegria. O sentimento dos operadores está turvo, agitado pela onda inflacionária e pela perspectiva de que um aperto monetário ainda mais pronunciado mergulhe as economias em uma recessão. Cada vez mais os economistas concordam que a inflação alta e persistente, combinada com uma política monetária restritiva, corroerá o poder aquisitivo e freará as economias.
🇪🇺 Em maus lençóis. Um indicador que acendeu o alerta na Europa hoje foram os licenciamentos de veículos, que prosseguem com sua tendência de queda no bloco. Caíram 15,4% em junho, na média, o pior junho, em termos de volume, desde 1996. Os problemas na cadeia de fornecimento estão limitando a produção.
🇨🇳 Complicações na China. Em um momento de temor de uma recessão global, a economia chinesa contraiu-se acentuadamente no segundo trimestre, o que evidencia o enorme custo para a atividade dos isolamentos massivos para frear a Covid-19. O PIB chinês caiu -2,6% no segundo trimestre frente aos três meses anteriores, bem pior que as expectativas de um declínio de -1,5% e o +1,4% do trimestre anterior. Em termos interanuais, subiu ligeiramente, +0,4%, abaixo das previsões de aumento de 1,0%. Isso supõe uma forte desaceleração frente à alta de +4,8% de janeiro a março de 2022.
🐉 Falando no gigante asiático... o Banco Popular da China (PBOC) manteve inalteradas, pelo sexto mês consecutivo, suas taxas de juros de médio prazo. O juro para empréstimos de médio prazo e de ano, que incide sobre concessões no valor de 100 bilhões de yuans (US$ 14,8 bilhões), ficou em 2,85%.
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🟢 As bolsas ontem: Dow Jones Industrials (-0,46%), S&P 500 (-0,30%), Nasdaq Composite (+0,03%), Stoxx 600 (-1,53%), Ibovespa (-1,40%)
O S&P 500 somou cinco dias consecutivos de queda, arrastado pela expectativa de que o Fed aperte ainda mais sua política monetária. O motivo é a inflação: os preços ao consumidor subiram em junho para níveis não vistos desde 1981 e alguns investidores começaram a apostar na possibilidade de que o banco central dos EUA suba o juro em 100 pontos base em sua reunião no final do mês. Os índices contiveram suas quedas após os comentários de Christopher Waller e James Bullard, do Fed, de que apoiariam um aumento de 75 pontos de base da taxa agora em julho.
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No radar
Esta é a agenda prevista para hoje:
• EUA: Índice Empire State de Atividade Industrial/Jul, Vendas no Varejo e Projeções/Jun, Preços de Bens Exportados/Jun, Utilização da Capacidade Instalada/Jun, Produção Industrial e Vendas da Indústria/Jun, Expectativas de Inflação a 5 anos Michigan/Jul, Índice Michigan de Percepção do Consumidor/Jul
• Europa: Zona do Euro (Balança Comercial/Mai); Alemanha, Reino Unido, França, Itália (Licenciamento de Veículos/Jun)
• Ásia: China (PIB)
• América Latina: Brasil (Empréstimos Bancários/Mar, Balanço Orçamentário/Mai); Colômbia (Índice de Vendas no Varejo/Mai); Peru (Índice de Atividade Econômica/Mai); Panamá (Índice de Preços ao Consumidor/Jun)
• Bancos centrais: Ministros das Finanças do G-20 e banqueiros centrais se reúnem em Bali. Pronunciamentos de Raphael Bostic e James Bullard (Fed)
• Balanços do dia: UnitedHealth Group, Citigroup, Wells Fargo, BlackRock, US Bankcorp, PNC Financial, Bank of NY Mellon
Destaques da Bloomberg Línea
• Primeiro-ministro da Itália renuncia ao cargo
• Trump anuncia morte de sua ex-esposa, Ivana
• Inverno cripto faz Coinbase encolher pela metade
• Gestoras brasileiras alteram apostas em commodities diante de alta do juro
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• Opinião Bloomberg: Na verdade, o alerta de inflação está ficando mais brando
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