Bloomberg — Os aluguéis de apartamentos em Manhattan atingiram um novo recorde em junho, sinalizando ainda mais aperto para os possíveis novos inquilinos, com o mercado entrando em uma temporada mais competitiva.
A mediana do valor de aluguéis em novos contratos assinados no mês passado foi de US$ 4.050 por mês, segundo a avaliadora Miller Samuel e a corretora Douglas Elliman Real Estate, que monitoram os dados há mais de três décadas.
O valor superou em US$ 50 o recorde anterior estabelecido em maio, quase 25% mais alto do que um ano antes, quando o mercado começou a emergir de sua queda inicial por conta da pandemia. A média dos aluguéis, distorcida por acordos altíssimos, chegou a US$ 5 mil pela primeira vez, disseram as empresas.
Corretores e analistas esperam que os aluguéis aumentem ainda mais em julho e agosto – tradicionalmente os meses mais movimentados para aluguel na região. Neste ano, o aumento sazonal se soma a um mercado já superaquecido, alimentado pelo fluxo de novos moradores pós-pandemia, e pela tentativa dos proprietários de compensar suas perdas de 2020 e 2021.
O aumento das taxas de financiamento - que levou a um declínio nas vendas de imóveis em Nova York - também está contribuindo para a maior demanda por aluguéis, disse Julia Segal, diretora da corretora Compass.
“O aumento das taxas de juros certamente está transformando alguns compradores em locatários”, disse ela.
O tempo em que apartamentos ficam no mercado também continua a cair, para 50 dias no mês passado ante 52 dias em maio e 87 dias em junho de 2021, segundo os dados da Miller Samuel e da Douglas Elliman.
Com a expectativa de aumento da concorrência, um número crescente de pessoas que procuram um apartamento para alugar está disposto a alugar imóvel sem nem mesmo visitá-lo, disse Hal Gavzie, gerente executivo de locação da Douglas Elliman.
Espera-se um leve arrefecimento da procura em setembro, embora provavelmente isso não leve imediatamente a uma queda dos preços.
“Há uma probabilidade maior de estabilização do que de queda”, disse Jonathan Miller, presidente da Miller Samuel. Embora os aluguéis atuais não pareçam “sustentáveis” para ele, “simplesmente não parece haver motivo aparente para o declínio dos aluguéis, a não ser uma recessão”.
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