JPMorgan suspende recompra de ações em cenário adverso e papéis recuam

Banco americano divulgou resultados aquém do esperado pelo mercado no segundo trimestre em economia com juros em alta e desaceleração da atividade

Por

Bloomberg — O JPMorgan (JPM) suspendeu temporariamente as recompras de ações e divulgou resultados do segundo trimestre que ficaram aquém das estimativas de analistas de mercado. As ações do banco americano fecharam com queda de 3,49% na Bolsa de Nova York.

A pausa de recompra é necessária para atender rapidamente aos requisitos de capital mais altos e “nos permitir a máxima flexibilidade para melhor atender nossos clientes e comunidade em uma ampla gama de ambientes econômicos”, disse o CEO Jamie Dimon em comunicado nesta quinta-feira (14).

Os resultados oferecem uma primeira visão de como Wall Street se saiu em três meses tumultuados, caracterizados por mudanças nas perspectivas sobre as perspectivas para a economia. Dimon alertou para um “furacão” econômico no mês passado, citando os desafios que o Federal Reserve enfrenta ao tentar conter a inflação.

O JPMorgan adicionou US$ 428 milhões à pilha de dinheiro que reservou para empréstimos potencialmente inadimplentes, refletindo “uma deterioração modesta nas perspectivas econômicas”. Isso marca uma reversão em relação ao ano passado, quando os resultados da empresa foram complementados por uma liberação de reservas de US$ 3 bilhões.

Dimon disse que enquanto a economia dos EUA continua a crescer - com os gastos do consumidor e o mercado de trabalho ambos saudáveis - tensão geopolítica, inflação alta, incerteza sobre aumentos de taxas e o impacto da invasão da Ucrânia pela Rússia “muito provavelmente terão consequências negativas sobre a economia global em algum momento no futuro”, disse ele. “Estamos preparados para o que quer que aconteça e continuaremos a servir os clientes mesmo nos momentos mais difíceis.”

A receita comercial do banco saltou 15%, para US$ 7,8 bilhões, disse a empresa com sede em Nova York, enquanto os analistas esperavam um aumento de 17%.

O lucro líquido da empresa caiu 28%, para US$ 8,6 bilhões, ou US$ 2,76 por ação. Analistas previam US$ 8,9 bilhões.

As despesas não decorrentes de juros do JPMorgan subiram 6%, para US$ 18,7 bilhões, abaixo do que os analistas esperavam. Os custos da empresa têm sido um ponto focal para os investidores depois que os executivos disseram que esperam um aumento de 8,6% este ano.

A receita líquida de juros, uma importante fonte de receita para o JPMorgan, aumentou 19% no segundo trimestre devido às taxas de juros mais altas e ao crescimento dos empréstimos. Analistas esperavam um aumento de 16%.

Leia também:

Por que o JPMorgan se prepara para ‘furacão’ econômico, segundo seu CEO

Fasano aposta até em hortifruti em novo projeto que expande negócios da marca