SPX, de Rogério Xavier: dúvida não é ‘pouso forçado’, mas duração da recessão

Gestora destaca posições em junho em carta a cotistas; multimercado SPX Nimitz acumula ganhos de 21,62% no ano, ante 5,4% do CDI

SPX alerta para recessão iminente: desaceleração econômica acontece diante de alta dos juros para conter a inflação
13 de Julho, 2022 | 07:45 PM

Bloomberg Línea — Enquanto o debate sobre uma recessão na economia americana ainda não é consenso entre economistas e gestores do mercado financeiro, cresce o número dos que avaliam que não há como fugir desse cenário. É o caso da SPX Capital, renomada gestora de Rogério Xavier.

“A questão não será apenas se veremos um ‘pouso forçado’ [hard landing], mas sim qual será a duração, a profundidade e as consequências da recessão que se avizinha”, escreveu a asset em carta enviada aos cotistas referente ao mês de junho.

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Segundo a gestora, uma das maiores independentes do país, com cerca de R$ 77 bilhões de ativos sob gestão, o ambiente macro é extremamente desafiador e a linha entre causar uma recessão e arrefecer o mercado de trabalho nos Estados Unidos, controlando em paralelo a inflação, é tênue.

“Nunca se conseguiu aumentar a taxa de desemprego em mais de 0,5% sem provocar uma recessão técnica, e isso é o que o Federal Reserve se propõe a fazer”, escreve a casa na carta, assinada pelo gestor Albano Franco.

O contexto desafiador não é exclusivo dos Estados Unidos, destaca a SPX: bancos centrais da Noruega à Índia estão aumentando os juros para tentar manter as expectativas de inflação ancoradas – resultando em uma rápida desaceleração da atividade econômica.

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No Brasil, a casa destaca que a situação “parece se deteriorar rapidamente conforme nos aproximamos da eleição”. A SPX cita os benefícios sociais anunciados recentemente e ideias “oportunistas”, como o congelamento de aumento dos pedágios, que “chacoalham a confiança no marco regulatório”.

“A tarefa do Banco Central parece ficar cada vez mais difícil, mesmo já tendo levado a taxa Selic para um nível contracionista, com juros reais acima do neutro, ou do que o balanço fiscal de médio prazo do país consegue suportar. E, assim, o mercado vai pressionando o BC, adicionando os riscos políticos e fiscais à equação, como argumento para projeções altistas da taxa básica”, escreve a casa.

E completa: “No Brasil, o cabo é sempre das tormentas, apesar de toda a boa esperança”.

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Principais posições

A SPX tem posições favoráveis à alta de juros no mercado internacional, em países onde os gestores acreditam que há grande desequilíbrio entre as condições econômicas e os preços de mercado. No Brasil, a casa tem alocações aplicadas.

Com posição comprada (aposta na alta) em dólar, a SPX está vendida (aposta na queda) em ações nos Estados Unidos, Europa e Brasil; e tem posições compradas na China.

Em junho, o fundo SPX Nimitz, multimercado que é carro-chefe da gestora, teve ganhos de 2,40%, ante variação de 1,01% do CDI. Contribuíram para o resultado positivo as posições em ações e moedas.

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No ano até junho, o SPX Nimitz entregou retorno de 21,62%, acima dos 5,4% do CDI. Desde o seu início em 2010, a rentabilidade foi de 341,66%, enquanto o CDI teve variação de 164,5%.

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Mariana d'Ávila

Editora assistente na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero, especializada em investimentos e finanças pessoais e com passagem pela redação do InfoMoney.