Bloomberg Línea — Bom dia! Este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção da Bloomberg Línea com os temas de destaque no mundo dos negócios e das finanças.
Apesar de alguns pontos fora da curva, sobretudo entre as startups de tecnologia, a maior parte dos negócios de fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês) caminha para uma desaceleração neste trimestre. A turbulência no mercado de ações e o cenário macroeconômico incerto dificultam aos compradores determinar métricas de preço e projetar com precisão o retorno das empresas, situação que coloca em xeque os negócios em curso.
A desistência de Elon Musk, o homem mais rico do mundo, de comprar o Twitter é o maior exemplo desta tendência. Enquanto a disputa entre Musk e Twitter, que parou na Justiça, atraiu os holofotes, um desafio maior para o mercado de fusões e aquisições é o cenário para negócios em geral.
Com a volatilidade e os juros em trajetória de alta - as taxas devem terminar o ano em 3,5%, segundo o consenso de mercado e as projeções de integrantes do Federal Reserve -, espera-se uma desaceleração no terceiro trimestre com a possibilidade de mais transações serem canceladas, segundo pesquisa da Bloomberg News junto a 16 mesas de M&A, gestores e analistas. Eles nomearam a Seagen como o candidato mais provável a uma aquisição nos próximos três meses.
📌 O fluxo de negócios já vem caindo. Durante o segundo trimestre, o valor total de transações pendentes ou concluídas envolvendo empresas-alvo nos Estados Unidos foi de cerca de US$ 347 bilhões. Trata-se de uma queda de 18% em relação aos números do primeiro trimestre e de 36% em relação ao mesmo período do ano passado.
📌 A exceção à regra. Na newsletter de ontem, explicamos que, apesar do quadro nebuloso e tumultuado, o mercado de fusões e aquisições de empresas de tecnologia na América Latina segue aquecido. Pelo menos por enquanto. Conheça os unicórnios que estão indo às compras sem medo de recessão na região.
➡ Leia mais sobre a tendência dos negócios de fusões e aquisições: Disputa entre Elon Musk e Twitter é alerta sobre virada do mercado de M&A
Na trilha dos Mercados
Em um momento em que a inflação domina o noticiário e as conversas, hoje todos os olhos ficarão voltados ao comportamento dos preços na maior economia do mundo. Enquanto o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) do Estados Unidos não sai, e em meio à temporada de balanços, a cautela deverá orientar os negócios no mercado financeiro.
😨 Dia D para os mercados. Se espera um novo acréscimo do IPC de junho nos EUA: a maioria dos economistas avalia que subirá de 8,6% em maio para 8,8%, quebrando mais um recorde. Os preços nos EUA já estão no seu maior nível em quatro décadas. A má notícia é que aumentam as apostas de que o rebote poderia ser maior.
🆙 A persistência da inflação. No caso de a inflação corroborar esta hipótese, tornará mais difícil para o Federal Reserve (Fed) a missão de zelar pela estabilidade do poder de compra da moeda norte-americana. Para esfriar a inflação, o banco central já elevou sua taxa de referência em 1,5 ponto percentual nas últimas três reuniões. E pode ser que tenha de apertar ainda mais a sua política monetária.
👊🏻 “Tamo junto”. Esta madrugada, as autoridades monetárias da Coreia do Sul e da Nova Zelândia subiram suas taxas de juros em 0,50 ponto percentual, para 2,25% e 2,50%, respectivamente. Esta tarde, será a vez do banco central do Canadá, do qual se espera um incremento mais forte, de 0,75 ponto percentual, que poderá ser a mesma magnitude de aumento do Fed na reunião de 27 de julho.
💪🏽 Queda-de-braço Dólar x Euro. Olhos atentos para a temporada de balanços e a relação cambial dólar x euro. Um movimento mais agressivo por parte do Fed poderia debilitar ainda mais o eurodólar, levando a moeda do bloco abaixo da paridade com as verdinhas, segundo analistas. A forte apreciação do dólar aumenta a lista dos fatores que ameaçam as margens de lucro das empresas, além da alta inflação, do impacto da guerra na Ucrânia no abastecimento global e nos preços das matérias-primas e do contexto de mercado em baixa.
🟢 As bolsas ontem: Dow Jones Industrials (-0,62%), S&P 500 (-0,92%), Nasdaq Composite (-0,95%), Stoxx 600 (+0,49%), Ibovespa (+0,06%)
Os mercados acionários dos EUA prolongaram a queda com a qual começaram a semana. Cautelosos, os investidores esperavam os dados da inflação a serem divulgados nesta quarta-feira, o que poderia estabelecer um novo máximo. Se estas expectativas se confirmarem, o Fed se verá obrigado a implementar outra forte subida das taxas de juros, o que poderia empurrar a economia dos EUA para uma recessão.
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No radar
Esta é a agenda prevista para hoje:
• EUA: IPC/Jun, Rendimento Real/Jun, Livro Bege do Fed, Balanço Orçamentário Federal/Jun, Relatório Mensal da IEA, Pedidos e Juros de Hipotecas MBA
• Europa: Zona do Euro (Produção Industrial/Mai, Projeções Econômicas) Alemanha (IPC/Jun); França (IPC/Jun); Reino Unido (PIB, Produção do Setor de Construção/Mai; Produção Industrial/Mai, Balança Comercial/Mai); Espanha (IPC/Jun)
• Ásia: China (Balança Comercial)
• América Latina: Brasil (Vendas no Varejo/Mai, Confiança do Consumidor/Jul); Chile (Reunião do Banco Central)
• Bancos centrais: Decisão sobre taxas de juros do Canadá, da Coreia do Sul e Nova Zelândia. Pronunciamento de Elizabeth McCaul (BCE)
• Balanços do dia: América Móvil, Delta Airlines
📌 Para a semana:
• Balanços: JPMorgan, Morgan Stanley, Citigroup, Wells Fargo, TSMC, BlackRock
• Quinta-feira: EUA: PPI, Pedidos de Seguro-Desemprego
• Sexta-feira: PIB da China. Ministros das Finanças do G-20 e banqueiros centrais se reúnem em Bali, a partir de sexta-feira. Pronunciamento de Raphael Bostic (Fed de Atlanta)
Destaques da Bloomberg Línea
• Prime Day da Amazon pode decepcionar consumidores em busca de descontos
• Caos aéreo: aeroporto de Heathrow pede que companhias não vendam mais passagens
• Demissão de CEO da Gap mostra o tamanho do desafio do varejo de moda
• Google irá reduzir contratações até o fim do ano por recessão, diz CEO
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• Também é importante: • O debate mudou, alerta banco suíço: é sobre recessão moderada ou severa • Euro atinge paridade com dólar pela 1ª vez em 20 anos: o que isso significa • PEC dos benefícios aumenta risco fiscal e exige Selic a 14%, diz HSBC • Buffett, é você? Ação de chinesa BYD despenca sob temor de saída de bilionário
• Opinião Bloomberg: É bot que o Twitter quer? É bot que ele terá
• Pra não ficar de fora: Telescópio da Nasa registra imagens inéditas de galáxias distantes