Bloomberg — Um braço da Foxconn Technology, listada em Xangai, adquiriu uma participação na maior fabricante de chips da China durante seu resgate de US$ 9 bilhões, disseram pessoas familiarizadas com o assunto, o mais recente de uma série de investimentos que a empresa de Taiwan fez na indústria de semicondutores do continente.
A Foxconn Industrial Internet investiu no Tsinghua Unigroup, apoiado pelo Estado, por meio de um fundo que criou com a casa de investimentos Wise Road Capital, segundo pessoas a par do negócio. O fundo pagou cerca de 5,3 bilhões de yuans (US$ 788 milhões) por uma participação minoritária no Unigroup, disse uma das pessoas, pedindo para não ser identificada discutindo um acordo privado.
O investimento da unidade da principal montadora de iPhones da Apple (AAPL), também conhecida como Hon Hai Precision Industry, acontece em meio a crescentes tensões entre Pequim e Taipei por questões como tecnologia e segurança da cadeia de suprimentos. O acordo pede aprovação da comissão de investimentos de Taiwan, que supervisiona negócios sensíveis, mas a Foxconn não apresentou um pedido de aprovação, disse um funcionário do Ministério de Assuntos Econômicos de Taiwan à Bloomberg News por telefone.
O Unigroup, de propriedade de um consórcio liderado pela estatal JAC Capital após o resgate, é considerado um dos poucos fabricantes de chips cruciais para realizar a ambição de autossuficiência de Pequim em semicondutores. A Foxconn vem expandindo seus investimentos em chips nos últimos meses, em parte para satisfazer sua própria crescente demanda à medida que avança no setor de veículos elétricos. A empresa taiwanesa começou a montar chips em uma fábrica no leste da China em 2021 e adquiriu uma modesta fábrica de chips em Taiwan no mesmo ano.
Um representante da JAC se recusou a comentar sobre o investimento, que foi relatado pela primeira vez pelo Securities Times. O jornal posteriormente removeu o artigo.
O Economic Daily de Taiwan citou funcionários da comissão de investimentos da ilha dizendo que a Foxconn precisará solicitar aprovação para fechar seu investimento. Ligações da Bloomberg News para um porta-voz da comissão ficaram sem resposta nesta quarta-feira.
A Apple está considerando novas fontes para os chips de memória que entram nos iPhones, incluindo seu primeiro produtor chinês do componente crítico, para limitar as interrupções no fornecimento, informou a Bloomberg News. Este ano, o país testou amostra de armazenamento flash NAND feito pela Yangtze Memory Technologies, com sede em Hubei, que é de propriedade da Unigroup
A memória é normalmente uma porta de entrada para a fabricação de chips mais complexa porque requer recursos de produção e investimentos pesados, em vez dos projetos complexos necessários para processadores avançados e outros chips lógicos. Washington está agora considerando o nivelamento de sanções à memória do Yangtze, informou o The Information.
Na quarta-feira, o novo presidente do Unigroup, Li Bin, disse que a empresa pretende expandir além dos chips e entrar em setores como genética e inteligência artificial.
“A história provou que todo desenvolvimento científico e prosperidade nacional dependem, entre outras coisas, de perceber onde se é ignorante”, escreveu Li em um memorando para sua equipe. “E então é a capacidade de permanecer curioso, explorar e aprender sem parar e buscar o progresso.”
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