Bloomberg — A redução da disparidade de gênero global avançou ligeiramente este ano, após a pandemia de covid-19 ter atrasado em pelo menos três décadas a projeção de fim da desigualdade entre homens e mulheres, segundo o Fórum Econômico Mundial.
Em seu 16° Relatório Global de Disparidade de Gênero, o FEM disse que a desigualdade de gênero em geral na política, trabalho, saúde e educação melhorou e agora levará 132 anos para atingir a paridade total, contra 136 anos na projeção do ano passado. Antes da pandemia, a expectativa era de 100 anos.
“A pandemia e seus distúrbios adicionaram essencialmente duas gerações ao tempo que levará para atingir a paridade”, disse a diretora do FEM Saadia Zahidi. O impacto do vírus nos setores de varejo, viagens e turismo criaram “perdas mais duradouras de emprego para as mulheres”, disse.
A participação feminina na força de trabalho caiu vertiginosamente em 2020 após o início da pandemia e agora está no nível mais baixo desde que o relatório foi criado em 2006.
“Principalmente em tempos ruins, quando há choques de saúde, econômicos ou de outro tipo no sistema, são as mulheres que tendem a ser mais afetadas”, disse Suzanne Duke, chefe de políticas públicas globais do LinkedIn.
“Muitas mulheres foram forçadas a se tornarem o que chamamos de empreendedoras de necessidade – forçadas por ventos contrários econômicos, por locais de trabalho desiguais e, francamente, locais de trabalho impraticáveis, enquanto tentavam conciliar responsabilidades adicionais de cuidados e suas responsabilidades profissionais”, disse Duke. .
A Islândia liderou o ranking de paridade de gênero pelo 13º ano consecutivo devido à alta pontuação de escolaridade do país e ao alto percentual de mulheres no governo.
Nos Estados Unidos, em 27º lugar entre 146 países, houve um pequeno aumento na pontuação após o presidente Joe Biden assumir o cargo em 2021. No ano passado, as mulheres no país viram melhorias na igualdade salarial percebida e na renda estimada.
Mas o empoderamento político feminino continua atrasado nos EUA, onde as mulheres ocupam menos de 31% dos assentos no Congresso e nunca houve uma presidente mulher.
“Ainda estamos longe de onde precisamos estar”, acrescentou Duke. “Não há um único país e não há um único setor que tenha alcançado a paridade de gênero na liderança. Esses números precisam subir muito e rápido.”
O índice global do FEM mede o progresso em direção à paridade de gênero em quatro áreas: participação econômica e oportunidade, nível educacional, saúde e sobrevivência, e empoderamento político.
Veja mais em Bloomberg.com
Leia também
Mais juros: sobem as apostas para uma alta de 1pp na taxa americana em julho