Inversão da curva de juros atinge nível não visto desde 2007. Entenda

Indicador de expectativa de juros futuros nos Estados Unidos aponta aumento da probabilidade de recessão, segundo especialistas

Jerome Powell, presidente de la Reserva Federal de Estados Unidos, escucha durante una audiencia del Comité de Servicios Financieros de la Cámara de Representantes en Washington, D.C., Estados Unidos, el jueves 23 de junio de 2022. Powell hizo su reconocimiento más explícito hasta la fecha de que las fuertes subidas de tipos podrían llevar a la economía estadounidense a la recesión, diciendo que una es posible y calificando un aterrizaje suave como "muy desafiante."
Por Benjamin Purvis
12 de Julho, 2022 | 10:28 AM

Bloomberg Línea — Um dos principais indicadores do risco potencial de recessão atingiu níveis vistos pela última vez em 2007.

O rendimento dos Treasuries - títulos do Tesouro americano - de 10 anos de referência ficou 10 pontos base abaixo da taxa dos papeis de 2 anos, superando a diferença de 9,5 pontos base alcançada no início de abril. Cada 10 pontos base equivale a 0,1 ponto percentual.

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As chamadas inversões da curva de juros no mercado de títulos - situações em que as taxas de longo prazo estão abaixo daquelas de prazos mais curtos - são observadas atentamente e frequentemente interpretadas por economistas e analistas como um potencial prenúncio de recessão, e o spread entre 2 e 10 anos é um dos mais acompanhados.

A última vez que essa curva de juros ficou tão invertida foi em 2007, antes da crise financeira de 2008-2009.

A inversão da curva de juros: o rendimento dos títulos de 2 anos supera o dos papeis de 10 anos nos EUA

A atual inversão ocorre em meio à crescente preocupação de que as medidas tomadas pelos bancos centrais para conter a inflação possam acabar colocando a economia em recessão.

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Esse medo tem ajudado a impulsionar uma recuperação nos preços dos títulos do Tesouro, algo que levou a taxa de referência de 10 anos a cair de cerca de 3,5% em meados de junho para cerca de 2,91% nesta terça-feira (12). Já o yield (rendimento) dos papeis de dois anos ficou em torno de 3,01%.

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