Queda predomina nos mercados, que aguardam dados sobre emprego nos EUA

Mercados recebem consternados notícia sobre o assassinato de Shinzo Abe, o primeiro-ministro mais antigo do Japão

Conheça os eventos que vão orientar os investidores nesta terça-feira, 5 de julho
08 de Julho, 2022 | 08:56 AM

Barcelona, Espanha — (Esta nota amplia e atualiza a versão publicada originalmente às 7h07)

O mercado segue firme no propósito de reunir pistas para saber se a maior economia do mundo será capaz de se esquivar de uma recessão. Por isso, hoje ficará bem atento aos dados sobre emprego nos Estados Unidos. Logo de manhã, se deparou com uma notícia que chocou os mercados globais: o assassinato do ex-primeiro ministro japonês Shinzo Abe, de 67 anos.

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Com a internação do político em estado grave, e posterior falecimento, a alta das bolsas asiáticas foi reprimida. Abe foi o primeiro-ministro mais antigo do Japão e uma figura de grande influência no país. Uma pessoa foi detida. O ataque chocou uma nação onde a violência política e as armas são raras.

Antes do tiroteio, a possibilidade de uma injeção de 1,5 trilhões de yuan (US$ 220 bilhões) na economia chinesa, principalmente para infra-estrutura, havia levantado o ânimo dos comerciantes.

⬇️ A manhã dos mercados. 🤨 A manhã dos mercados. Após quatro dias de altas das bolsas, os investidores aproveitaram a manhã para embolsas ganhos recentes. Mas os mercados de ações - como outros ativos - estão voláteis e vulneráveis ao noticiário em um momento de incerteza macroeconômica, realocação de carteiras e início da temporada de balanços.

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🌡️ Qual a temperatura da economia? Os dados de emprego dos EUA podem ajudar a definir a direção dos mercados de ações, mas ultimamente os mesmos indicadores que são usados para apoiar argumentos otimistas também respaldam os pessimistas. A direção dos mercados neste ambiente nebuloso é incerta. Esta manhã, os mercados abriram em sua maioria em baixa, mas agora estão hesitantes sobre continuar neste caminho.

A expectativa geral é de que o mercado de trabalho dos EUA permaneça estável ou mesmo que mostre alguma desaceleração, com a criação de cerca de 268.000 empregos, o que o tornaria um dos menores acréscimos desde a recuperação da pandemia. Entretanto, mesmo se este número for confirmado, o entorno laboral permanece historicamente forte, com a taxa de desemprego perto de um mínimo de 3,6%.

🔥 Lenha na fogueira. A comprovação de um mercado de trabalho ainda pujante dará combustível à ala do Federal Reserve (Fed) que advoga por um aumento dos juros mais pronunciados para segurar a inflação. Ontem, Christopher Waller e James Bullard, do Fed, apoiaram um aumento de 0,75 ponto percentual do juro norte-americano, ao mesmo tempo em que tentaram amenizar os temores de que a economia dos EUA esteja rumo a uma recessão. Este ano, o Fed já aplicou três subidas dos juros, somando um total de 1,5 ponto percentual ao custo do dinheiro. A última investida, no mês passado, foi da ordem de 0,75 ponto, a maior alta desde 1994.

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Os mercados nesta manhã de sexta-feira
🟢 As bolsas ontem: Dow Jones Industrials (+1,12%), S&P 500 (+1,50%), Nasdaq Composite (+2,28%), Stoxx 600 (+1,88%), Ibovespa (+2,04%)

As bolsas dos EUA estenderam sua alta e o S&P 500 teve seu quarto dia consecutivo de ganhos. Os investidores continuam a pesar se uma recessão está ou não por vir, após uma série de dados apontar para um consumo ainda forte, apesar da inflação. Um desses dados é o gasto com cartões de crédito e débito, que aumentou 11% em junho em relação ao ano anterior, de acordo com o Bank of America.

Na agenda

Esta é a agenda prevista para hoje:

• EUA: Relatório de Emprego (Payroll)/Jun

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• Europa: Zona do Euro (Projeções Econômicas); França (Balança Comercial/Mai, Transações Correntes/Mai); Itália (Produção Industrial/Mai), Estoques e Vendas no Atacado

• Ásia: Japão (Índice Economy Watchers/Jun); China (IPC/Jun)

• América Latina: Brasil (IPCA/Jun),Vendas de Veículos/Jun); Chile (IPC/Jun); Colômbia (Valor econômico do Trabalho Doméstico/2021)

• Bancos centrais: Pronunciamentos de Christine Lagarde (presidente do BCE), Sam Woods (vice-presidente do BoE) e John Williams (Fed/FOMC)

(Com informações da Bloomberg News)

Michelly Teixeira

Jornalista com mais de 20 anos como editora e repórter. Em seus 13 anos de Espanha, trabalhou na Radio Nacional de España/RNE e colaborou com a agência REDD Intelligence. No Brasil, passou pelas redações do Valor, Agência Estado e Gazeta Mercantil. Tem um MBA em Finanças, é pós-graduada em Marketing e fez um mestrado em Digital Business na ESADE.