Alimentação fora de casa impulsiona inflação de junho, mostra IPCA

No ano, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) tem alta de 5,49% e, nos últimos 12 meses, de 11,89%

No mês, grupo respondeu pelo maior impacto altista no índice, com aumento de 0,80%
08 de Julho, 2022 | 10:26 AM

Bloomberg Línea — O aumento dos preços de alimentos e bebidas levou a inflação a alcançar 0,67% em junho, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (8).

O grupo de alimentação e bebidas, que tem grande peso no índice geral (21,26%), respondeu pelo maior impacto altista, com aumento de 0,80% no período. No ano, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) tem alta de 5,49% e, nos últimos 12 meses, de 11,89%.

Segundo Pedro Kislanov, gerente da pesquisa do IBGE, o resultado de junho foi influenciado pelo aumento nos preços dos alimentos para consumo fora do domicílio (1,26%), com destaque para a refeição (0,95%) e o lanche (2,21%). “Nos últimos meses, esses itens não acompanharam a alta de alimentos nos domicílios, como a cenoura e o tomate, e ficaram estáveis. Assim como outros serviços que tiveram a demanda reprimida na pandemia, há também uma retomada na busca pela refeição fora de casa. Isso é refletido nos preços”, explicou, em nota.

No período, todos os nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram variação positiva. Embora o maior impacto tenha vindo de alimentação e bebidas, o grupo de Vestuário foi o que teve maior variação, com alta de 1,67% e 0,07 p.p. de contribuição.

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O pesquisador também destaca outro fator que influenciou o resultado do índice em junho: o aumento no plano de saúde (2,99%). “Em maio, a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) autorizou o reajuste de até 15,50% nos planos individuais, com vigência a partir de maio e o ciclo se encerrando em abril de 2023. No IPCA, houve, em junho, a apropriação das frações mensais de maio e junho, o que impactou bastante esse resultado”, pontuou.

Já em vestuário, os destaques foram as roupas masculinas (2,19%) e femininas (2,00%). Os preços das roupas infantis (1,49%) e dos calçados e acessórios (1,21%) também subiram em junho.

“Esse grupo tem registrado alta mês após mês. Uma das explicações é o aumento de preços das matérias-primas, principalmente do algodão. Há também a influência indireta de outros fatores, como a alta dos combustíveis”, completou o pesquisador.

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Mariana d'Ávila

Editora assistente na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero, especializada em investimentos e finanças pessoais e com passagem pela redação do InfoMoney.