Bloomberg Línea — A a diferença entre as intenções de voto do ex-presidente Lula (PT) e do presidente Jair Bolsonaro (PL) caiu de 16 para 14 pontos em um mês. Segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (6), o petista está com 45% e o presidente, com 31%.
Do início do mês passado para cá, Lula caiu um ponto e Bolsonaro subiu um ponto. A variação está dentro da margem de erro da pesquisa, de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Mas, de acordo com o instituto, o presidente ainda pode ganhar terreno até a eleição, marcada para o dia 2 de outubro.
Depois dos líderes, vêm os candidatos Ciro Gomes (PDT), com 6%, e Simone Tebet (MDB) e André Janones (Avante), empatados com 2%. A soma dos três chega a 10%. Com Bolsonaro, alcançam 41% das intenções de voto, ainda abaixo dos 45% de Lula. A Quaest, no entanto, diz que ainda não é possível prever uma vitória do petista no primeiro turno das eleições.
Segundo o instituto, a maior queda na diferença entre Bolsonaro e Lula aconteceu no Nordeste. Em junho, Bolsonaro tinha 15% das intenções de voto. Agora, tem 22%. Já Lula caiu de 68% para 59%.
O presidente também avançou sobre o eleitorado feminino. Cresceu de 22% para 27% em um mês. Lula caiu de 50% para 46%, segundo a pesquisa.
Os dados são importantes porque o Nordeste é uma região onde o PT e Lula são favoritos pelo menos desde a eleição de 2002, quando o petista foi eleito presidente pela primeira vez. A conquista do voto feminino também é importante para o presidente, pois as mulheres vêm sendo as grandes opositoras do governo e ainda apoiam majoritariamente Lula.
Houve queda brusca também na vantagem de Lula sobre Bolsonaro entre os eleitores que têm renda familiar entre dois e cinco salários mínimos. Lula tinha 16 pontos a mais que Bolsonaro em junho e em julho passou a ter 9 pontos, queda de 44%.
As rejeições, no entanto, continuam estáveis: Bolsonaro na casa dos 60% (59% em julho, 60% em junho) e Lula, na casa dos 40% (41% em julho, 40% em junho).
Para o CEO da Quaest, Felipe Nunes, a explicação para o avanço de Bolsonaro é que ele “conseguiu passar a impressão de que está tentando resolver os problemas do povo”, conforme disse no Twitter.
O percentual de eleitores que culpam o presidente pelo aumento dos preços dos combustíveis caiu de 28% para 25% do mês passado para cá. E 42% acreditam que ele está “fazendo o que pode” para impedir que os preços subam ainda mais. Já 52% discordam e acham que ele “não está fazendo o que pode”.
O presidente também parece ter sucesso na estratégia de dissolver as responsabilidades pelo aumento dos preços dos combustíveis. Em junho, 28% dos eleitores o culpavam pela alta. Em julho, a cifra passou a ser de 25%.
Já a Petrobras (PETR4; PETR3) foi responsabilizada por 16% dos entrevistados em junho. Neste mês, passou a ser apontada como culpada por 20%.
A economia, aliás, continua sendo a pauta das eleições deste ano. É o principal problema do país para 44% dos eleitores e 59% disseram que a situação econômica “influencia muito” o voto para presidente.
Cerca de 64% dos entrevistados acreditam que a situação econômica do país piorou no último ano, índice que vem crescendo desde maio, quando era 60%.
Felipe Nunes observa ainda que o eleitor está informado sobre os movimentos do governo na pauta econômica: 61% disseram que estão a par da tentativa de aumento do Auxílio Brasil, a versão bolsonarista do Bolsa Família, do governo Lula, de R$ 400 para R$ 600. E 54% sabem da saída do presidente da Petrobras.
Ao mesmo tempo, 54% disseram saber da prisão do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, acusado de corrupção para liberação de verbas para municípios, e das acusações de assédio sexual e moral contra o ex-presidente da Caixa Pedro Guimarães.
A pesquisa ouviu 2 mil pessoas em domicílio em 120 municípios entre os dias 29 de junho e 2 de julho. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, e o índice de confiabilidade é de 95%. A pesquisa está registrada no TSE sob o número BR-01763/2022.
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