Futuros em NY voltam do feriado em queda com temor de recessão no radar

Mercados iniciaram o dia em alta, com chance de remoção de tarifas sobre produtos chineses nos EUA, mas incertezas prevalecem

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Barcelona, Espanha — (Esta é a versão atualizada da nota publicada originalmente às 6h34)

As negociações nos mercados internacionais voltam à normalidade com a retomada das operações de Wall Street, que ontem ficou fechado com o feriado do Dia da Independência nos Estados Unidos. Os contratos futuros do S&P 500 (-12,7%), da Nasdaq (-1,41%) e do Dow Jones (-1,20%) operam em queda perto das 10h da manhã (de Brasília), a meia hora do início das negociações à vista.

As ações europeias ligadas à atividade econômica, tais como as de montadoras de automóveis e as de empresas de commodities, registravam as maiores perdas. Os investidores corriam para a segurança do dólar, enquanto a venda de Treasuries desacelerava. O euro baixava para um mínimo de 20 anos em relação ao dólar.

Os mercados spot dos EUA reabrem depois de 11 quedas nas últimas 13 semanas, pois uma contração no primeiro trimestre da maior economia do mundo aumentou a perspectiva de recessão. Ao mesmo tempo, os preços ao consumidor parecem distantes de seu pico, com a inflação subindo para 8,6% em maio e deixando pouco espaço para que o Federal Reserve esfriasse o aperto monetário.

✳️ Mais medidas anti-inflação? O contexto econômico é incerto e conturbado e se sobrepõe a notícias potencialmente positivas como a que o governo americano considera remover ou reduzir algumas tarifas aduaneiras da era Trump sobre mercadorias chinesas. Altos funcionários americanos e chineses discutiram o tema ontem e um anúncio formal é aguardado para esta semana.

📈 Não só alta de juros. Se o alívio tributário sobre centenas de bilhões de dólares em produtos chineses for efetivado, ajudará a diminuir os custos das mercadorias de uso corrente. Desta forma, a equipe de Joe Biden abriria uma frente de combate à inflação adicional à política de alta dos juros, estratégia que está levando os investidores a temerem por uma recessão econômica.

🌊 Na onda. Mas os bancos centrais mundiais continuam surfando a onda dos juros: mais de 80 autoridades monetárias subiram suas taxas este ano na tentativa de domar a inflação. A Austrália foi o último país a elevar o custo do seu dinheiro, para 1,35%, confirmando nesta madrugada a expectativa de aumento de 0,50 ponto percentual. Este foi o terceiro aumento consecutivo do juro, que acumula um incremento de 125 pontos base desde maio.

→ Leia o Breakfast, uma newsletter da Bloomberg Línea: As ações queridinhas dos analistas para julho

🟢 As bolsas ontem: Feriado nos EUA, Stoxx 600 (+0,54%), Ibovespa (-0,35%)

O mercado norte-americanos não operaram ontem devido ao feriado do Dia da Independência. Mas os futuros de índices dos EUA caíram em meio a temores dos investidores sobre a inflação crescente e persistente (o que deixou pouco espaço para o Fed abrandar seu aperto monetário) e uma possível recessão econômica. Como informou a Bloomberg, as ações em todo o mundo estão experimentando a pior venda em pelo menos três décadas.

Na agenda

Esta é a agenda prevista para hoje:

Indicadores PMIs: Zona do Euro, Alemanha, França, Reino Unido, Itália, Espanha, Hong Kong, Brasil

Estados Unidos: Encomendas à Indústria/Mai, Pedidos de Bens Duráveis Excl. Defesa/Mai

Europa: Espanha (Confiança do Consumidor)

América Latina: Brasil (Produção Industrial/Mai, Balanço Orçamentário/Mai); México (Confiança do Consumidor)

Bancos centrais: Decisão sobre os juros da Austrália. BoE: ata da reunião de política monetária, relatório de estabilidade financeira e pronunciamento de Andrew Bailey (presidente do BoE)

📌 Para a semana:

• Quarta-feira: Ata do FOMC/Fed. EUA: Indicador PMI, índice ISM de serviços, Pesquisa JOLTS sobre o mercado de trabalho

• Quinta-feira: Informe do BCE sobre sua reunião política de junho. Christopher Waller e James Bullard, do Fed, se pronunciam. Relatório sobre os estoques de petróleo bruto do EIA

• Sexta-feira: Relatório de emprego dos EUA de junho. Discurso da presidente do BCE, Christine Lagarde

(Com informações da Bloomberg News)