Maior companhia aérea da Escandinávia abre falência para reduzir dívidas

A SAS e algumas subsidiárias abriram processos voluntários que permitem a operação normal do negócio durante o socorro financeiro

Ações da companhia aérea bateram um recorde de baixa de US$ 0,05 por ação
Por Irene García Pérez - Charles Daly
05 de Julho, 2022 | 12:12 PM

Bloomberg — A companhia aérea escandinava SAS abriu falência para abordar o peso de sua dívida pela segunda vez em dois anos, já que a recuperação da pandemia de covid foi mais lenta que o esperado.

A maior companhia aérea da Escandinávia vem negociando com seus credores a conversão da dívida em aberto e dos títulos híbridos no valor de US$ 1,9 bilhão em ações e para levantar capital adicional por cerca de US$ 1 bilhão.

A empresa de Estocolmo disse que está em negociações “muito avançadas” com diversos credores para garantir um financiamento adicional de devedor em posse do bem por até US$ 700 milhões, segundo uma declaração emitida nesta terça-feira (5). As ações caíam 9,2% na abertura do mercado em Estocolmo, chegando a uma baixa recorde de US$ 0,05 por ação.

A SAS e algumas de suas subsidiárias abriram processos voluntários no Tribunal de Falências do Distrito Sul de Nova York. A companhia aérea afirmou que espera que a conclusão do processo leve de nove a 12 meses.

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“O processo oferece ferramentas legais para acelerar nossa transformação, ao mesmo tempo que conseguimos operar o negócio normalmente”, disse o CEO da SAS, Anko van der Werff.

No documento, a empresa listou ativos no valor entre US$ 10 bilhões e US$ 50 bilhões e passivos entre US$ 1 bilhão e US$ 10 bilhões. A dívida inclui US$ 570 milhões em títulos híbridos adquiridos pelos governos da Dinamarca e da Suécia no último socorro financeiro em 2020, bem como títulos híbridos comerciais, passivos de arrendamentos, títulos em francos suíços e diversos empréstimos a prazo.

A Suécia e a Dinamarca possuem uma participação de 21,8% cada. Embora a Dinamarca diga que está aberta a adquirir mais participação, o governo da Suécia sinalizou que aceitará uma conversão da dívida devida em ações, mas não participará em uma nova injeção de capital. O governo norueguês, um dos credores e um ex-acionista da empresa também afirmaram que não participarão do levantamento de capital.

Dívida da SAS aumentou desde 2020

Esse desdobramento ocorreu um dia após o sindicato de pilotos da SAS anunciar que começaria uma greve com efeito imediato. A greve terá “um impacto negativo sobre a liquidez e a situação financeira da empresa e, se a greve se prolongar, esse impacto pode se tornar substancial”, disse a SAS na declaração.

--Este texto foi traduzido por Bianca Carlos, localization specialist da Bloomberg Línea.

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