São Paulo — A startup de marketplace para compra e venda de imóveis Loft, uma das mais valiosas da América Latina, anunciou na terça-feira (5) o corte de mais 384 pessoas de seu time de 3,2 mil funcionários.
Em abril, a empresa já havia dispensado 159 colaboradores, na ocasião com a justificativa de reduzir “redundâncias” - mais de um profissional para a mesma função - decorrentes de aquisições recentes.
Naquele mês, o cofundador e co-CEO Mate Pencz disse à Bloomberg Línea que, depois de um período de muitas contratações, a consolidação seguida por fases de “maiores ganhos de eficiência” fazia parte da trajetória de empresas de tecnologia.
Eficiência também foi a palavra usada pela Loft para justificar a contratação de Marcel Regis, ex-CEO da Bavaria, maior cervejaria da Colômbia, e um profissional com 25 anos de Ambev (ABEV3) e AB InBev, empresas que são referência no mercado global para gestão operacional. O executivo assumiu em junho o cargo de COO com a missão de preparar a startup para um mercado mais adverso.
“A redução do quadro de funcionários se soma a outras medidas de aumento de eficiência tomadas nos últimos meses após quatro anos de crescimento agressivo e consistente, tanto através de produtos desenvolvidos organicamente quanto via aquisições”, disse a empresa nesta terça em comunicado.
“Com essas medidas, o Grupo Loft se adequa à nova realidade global dando passos importantes para suportar a continuação do atual ritmo de forte crescimento em seus negócios, oferecendo produtos inovadores para clientes, incluindo imobiliárias e corretores em todo o país.”
Avaliada em cerca de US$ 3 bilhões após concluir uma Série D de US$ 425 milhões no ano passado, a Loft é um dos unicórnios no Brasil considerados prontos para fazer o IPO nos Estados Unidos.
No início de abril, antes da virada mais acentuada no mercado de capitais global diante da alta dos juros, o cofundador da Loft Kristian Huber disse à Bloomberg Línea que, embora a empresa considerasse que a empresa tivesse governança e compliance alinhados para o IPO, a Loft ainda poderia captar recursos com investidores de private equity e não havia pressa para abrir o capital. Ele não comentou qual valuation a empresa pretendia atingir ou se optaria pelas bolsas NYSE ou Nasdaq, ambas nos Estados Unidos.
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