Ibovespa cede com exterior e petroleiras; Petrobras afunda mais de 5%

Sentimento de maior aversão ao risco contribuía para uma valorização do dólar, que passou a ser negociado perto dos R$ 5,40

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Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) operava em queda nesta terça-feira (5), próximo dos 97 mil pontos, na volta dos mercados americanos depois do feriado de Dia da Independência na véspera. O índice acompanha o mau humor do exterior em meio aos temores de uma recessão.

A baixa era liderada por ações ligadas às commodities, em especial o petróleo, como 3R Petroleum (RRRP3) e Petrorio (PRIO3), que caíam 6,5% e 7,2% por volta das 15h10 (horário de Brasília), em uma sessão de baixa para a matéria-prima. As ações da Petrobras (PETR3; PETR4), com grande peso no índice, também caíam: 5,68% (ON) e 4,94% (PN).

O dólar avançava, negociado próximo dos R$ 5,40, com investidores recorrendo a ativos mais “seguros” diante do aumento da incerteza.

Autoridades dos Estados Unidos e da China mantiveram discussões em meio a relatos de que Washington pode reverter algumas das taxas comerciais impostas pelo ex-presidente Donald Trump. Embora isso tenha sido um alívio, os investidores continuaram preocupados com uma possível recessão nos EUA, inflação persistente e aperto monetário.

Relatórios econômicos na Europa, incluindo índices de gerentes de compras franceses, ficaram abaixo das estimativas.

No âmbito doméstico, a produção industrial brasileira aumentou 0,3% entre abril e maio, no quarto avanço mensal consecutivo. O setor industrial, contudo, está 1,1% abaixo dos níveis pré-pandemia. Em comparação a maio de 2021, o volume produzido na indústria cresceu 0,5% – primeira variação positiva desde julho de 2021.

Na avaliação de Rodolfo Margato, economista da XP, a leitura de maio mostrou sinais predominantemente positivos nas principais categorias e a expectativa é de que a indústria brasileira se recupere gradativamente ao longo do ano.

Confira o desempenho dos mercados nesta terça-feira (5):

  • Por volta das 15h10 (horário de Brasília) o Ibovespa recuava 1,35%, aos 97.279 pontos;
  • O dólar à vista avançava 1,34%, negociado a R$ 5,40;
  • Os contratos de juros futuros subiam, impulsionados pelo dólar. O DI para 2025, por exemplo, subia nove pontos base, a 12,85%;
  • Nos EUA, os índices cediam, com exceção do Nasdaq, que subia 0,54%: o Dow Jones caía 1,45%, enquanto o S&P 500 recuava 0,93%;
  • Na Europa, o movimento também era de baixa: o índice CAC-40, de Paris, por exemplo, recuava cerca de 2,6%;

Mercados EUA

As bolsas dos Estados Unidos reabrem nesta terça (5) depois de acumularem 11 quedas nas últimas 13 semanas. O movimento segue dados econômicos, que mostraram uma contração no primeiro trimestre da maior economia do mundo, elevando as perspectivas de uma recessão.

Ao mesmo tempo, os preços ao consumidor estão longe de atingir o pico, com a inflação subindo para 8,6% em maio, o que deixou pouco espaço para o Federal Reserve, o banco central americano, desacelerar o aperto monetário.

-- Com informações da Bloomberg News

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