Bloomberg Línea — Bom dia! Este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção da Bloomberg Línea com os temas de destaque no mundo dos negócios e das finanças.
Há um ano, o mercado de capitais no Brasil vivia um momento inédito de euforia e geração de riqueza. Em um ambiente de juros baixos, de 2% a 4,25% ao ano, dezenas de empresas, muitas de tecnologia, abriram o capital na bolsa brasileira, tornando seus fundadores e principais acionistas bilionários da “noite para o dia” e coroando uma trajetória de sucesso de empreendedorismo.
Como parte de uma onda de ofertas públicas iniciais de ações (os IPOs, na sigla em inglês) que começou em 2020 e se estendeu por um ano e meio, pelo menos 40 brasileiros entraram para o seleto clube dos bilionários no ano passado, segundo informações da Forbes. Foram 28 IPOs em 2020 e outros 49 no ano seguinte, sem contar as ofertas subsequentes de ações, os follow-ons.
Mas a virada do mercado brasileiro, inicialmente em junho do ano passado e, mais recentemente, em abril deste ano, tornou muitos dos novos bilionários dos IPOs novamente milionários. Desde o recorde de 130.776,27 pontos em junho de 2021 até o fechamento na última sexta (1) aos 98.953,90 pontos, o Ibovespa, índice de referência da B3, perdeu quase 25% do valor. Em muitos casos, especialmente das techs brasileiras, a queda foi ainda mais acentuada, acima de 50%.
A Bloomberg Línea analisou a evolução do patrimônio dos então novos bilionários levando em conta a fatia acionária que esses empreendedores e executivos possuem em suas empresas, o que geralmente é a principal fonte de patrimônio.
➡ Conheça os brasileiros que perderam o status de ex-bilionários
Na trilha dos Mercados
O dia será de pouco volume financeiro, já que as bolsas norte-americanas e o mercado de títulos estarão fechados nos Estados Unidos pelo dia da Independência.
As bolsas europeias subiam no começo da manhã, embora sem o respaldo de boas notícias. Os contratos futuros de índices - estes, sim, são negociados hoje nos EUA - recuam. A dupla ameaça de desaceleração econômica (podendo até desembocar em recessão) e uma inflação persistentemente alta tem esfriado os ânimos dos operadores.
A semana se apresenta como um período de poucas referências chamativas em termos macro e microeconômicos. Haverá uma pausa na divulgação dos balanços corporativos referentes ao segundo trimestre, cuja temporada começou timidamente na semana passada. Mas nas semanas subsequentes de julho, além do retorno das demonstrações financeiras, o mercado volta a aquecer os motores para as decisões sobre juros do Banco Central Europeu (BCE) e do Federal Reserve (Fed).
⛈️ Nuvens carregadas na Europa. Esta manhã, uma notícia chamou a atenção para a crise que parece estar chegando: as exportações da Alemanha caíram inesperadamente em maio e o país registrou o primeiro déficit comercial mensal em três décadas, desde 1991. A invasão russa à Ucrânia e as restrições à mobilidade pela covid na China estão causando estragos nas cadeias de abastecimento internacionais e trazendo conseqüências substanciais para a economia alemã, voltada para a exportação.
👀 Ceticismo. Ou pessimismo? O aumento da inflação e os sinais de desaceleração da economia, que deve se abalar com o aumento de taxas de juros, levou a uma piora na confiança dos investidores da Zona do Euro. O indicador de Confiança Sentix piorou em julho para o nível mais baixo desde junho de 2020. Marcou -26,4, contra estimativas de -20 e os -15,8 reportados anteriormente.
🟢 As bolsas ontem: Dow Jones Industrials (-0,82%), S&P 500 (-0,88%), Nasdaq Composite (-1,33%), Stoxx 600 (-1,50%), Ibovespa (-1,08%)
Nos EUA, as bolsas tiveram dificuldade em manter os ganhos. O índice S&P 500 teve seu pior primeiro semestre desde 1970, enquanto o Nasdaq 100, com grande exposição ao setor de tecnologia, perdeu quase um terço de seu valor este ano, apagando cerca de US$ 5,4 trilhões em uma liquidação que deixou poucas ações ilesas. No Brasil, o Ibovespa foi afetado pelo cenário externo e também pelos riscos fiscais, que vieram à tona com as pressões para reduzir os preços dos combustíveis e com propostas de novos auxílios.
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No radar
Esta é a agenda prevista para hoje:
• Feriado: Estados Unidos (Dia da Independência)
• Europa: Zona do Euro (Confiança do Investidor Sentix/Jul, IPP/Mai); Alemanha (Balança Comercial/Mai); Espanha (Variação no Desemprego)
• América Latina: Brasil (Boletim Focus, Empréstimos Bancários/Mar, Balanço Orçamentário/Mai)
• Ásia: Japão (Massa Salarial Geral de Empregados/Mai, PMI do Setor de Serviços/Jun); China (PMI do Setor de Serviços Caixin/Jun)
• Bancos centrais: Discursos de Joachim Nagel (presidente do Bundesbank), Luis de Guindos (BCE) e Frank Elderson (BCE)
📌 Para a semana:
• Terça-feira: Decisão sobre os juros da Austrália, PMIs para a Zona do Euro, China, Índia, entre outros. EUA: Pedidos às fábricas, dados sobre bens duráveis
• Quarta-feira: Ata do FOMC/Fed. EUA: Indicador PMI, índice ISM de serviços, Pesquisa JOLTS sobre o mercado de trabalho
• Quinta-feira: Informe do BCE sobre sua reunião política de junho. Christopher Waller e James Bullard, do Fed, se pronunciam. Relatório sobre os estoques de petróleo bruto do EIA
• Sexta-feira: Relatório de emprego dos EUA de junho. Discurso da presidente do BCE, Christine Lagarde
Destaques da Bloomberg Línea
• Onda vendedora de techs continua: BlackRock vende ações de Enjoei e Intelbras
• Assembleia de Gol e Carrefour e os principais eventos da semana na bolsa
• Crise cambial e as razões para a queda do ministro da Economia da Argentina
• Risco da eleição já está precificado em estatais, avalia gestora Schroders
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