Os principais pontos da PEC de R$ 41,2 bilhões que amplia benefícios sociais

Proposta foi aprovada na noite de ontem pelo Senado brasileiro e prevê auxílio à população mais pobre e a algumas categorias de profissionais

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Bloomberg Línea — Foi aprovado na noite de quinta-feira (30) no Senado a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que cria e amplia benefícios sociais a apenas três meses das eleições. O projeto custará R$ 41,3 bilhões aos cofres públicos.

Aprovado por uma maioria esmagadora no Senado, o projeto do pacote de benefícios segue agora para aprovação da Câmara dos Deputados, onde precisa ser aprovado por três quintos dos parlamentares.

Entre outros pontos, o texto aprovado estabelece um estado de emergência que viabiliza a criação de um voucher em caráter temporário de R$ 1 mil para caminhoneiros autônomos e benefícios para profissionais cadastrados como motoristas de táxi.

A lei proíbe que sejam criados benefícios sociais em ano eleitoral, e o estado de emergência permite que tais medidas não sejam contestadas na Justiça.

A proposta original do governo era de R$ 29,6 bilhões, com foco em compensar os estados que aceitassem desfazer os impostos sobre o combustível, mas foi posteriormente alterada e ampliada para um pacote de benefícios sociais que também inclui:

  • Aumento da transferência de renda no programa Auxilio Brasil, de R$ 400 para R$ 600;
  • Zerar a lista de espera de cerca de 1,6 milhão de pessoas para o Auxilio Brasil;
  • Aumento do auxílio gás para famílias mais pobres;
  • Transporte gratuito de idosos através da compensação aos estados para atender a gratuidade;
  • Repasse de R$ 500 milhões ao Alimenta Brasil, programa que promove a compra de alimentos de pequenos produtores com destinação para famílias em situação de insegurança alimentar;
  • Repasse de R$ 3,8 bilhões para a manutenção da competitividade do etanol sobre a gasolina;
  • Voucher de R$ 1 mil para caminhoneiros autônomos;
  • Auxílio para taxistas cadastrados até maio de 2022.

Contexto

A inflação acima de 11% ao ano está no topo da lista de preocupações dos brasileiros antes das eleições de outubro, de acordo com a última pesquisa BTG/FSB. Na mesma pesquisa, Bolsonaro aparece atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na corrida pela presidência.

Em discurso no Senado, Flavio Bolsonaro, um dos filhos do presidente, disse que foi preciso “intervir” para ajudar a superar a pressão do Ministério da Economia para fornecer mais ajuda.

-- Com informações da Bloomberg.

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