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Os presidentes dos bancos centrais dos Estados Unidos e da Zona do Euro reforçaram nesta quarta-feira (29) suas dúvidas sobre se o ambiente de baixa inflação pré-pandemia retornará. O novo cenário, com uma alta dos preços persistente, tem forçado as principais autoridades monetárias mundiais a subir os juros, contrariando a cartilha que as guiou nos últimos 20 anos.
“Desde a pandemia, vivemos em um mundo onde a economia tem sido impulsionada por forças muito diferentes”, afirmou Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, o banco central norte-americano, em um painel no fórum anual do Banco Central Europeu em Sintra, Portugal.
Ao lado dele, a presidente do BCE, Christine Lagarde, observou com uma pitada de nostalgia que nada será como antes. Disse não esperar que o mundo volte “àquele ambiente de baixa inflação”.
Powell explicou que forças como globalização, envelhecimento demográfico, baixa produtividade e desenvolvimentos tecnológicos não estão mais mantendo os preços sob controle. Esse alarme do Fed com a inflação levou a um aumento das taxas dos EUA para o maior patamar desde 1994.
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Na trilha dos Mercados
A agenda está repleta de dados macroeconômicos, mas o grande e indiscutível protagonista é o deflator do Consumo Privado (PCE) dos Estados Unidos. Este indicador de inflação orienta o Federal Reserve (Fed) nas suas decisões de política monetária.
🌪️ Ventos cruzados. Espera-se para o deflator PCE um acréscimo em torno de 6,4%, ligeiramente acima dos 6,3% anotados anteriormente. Os ventos da inflação sopram em direções contrárias e têm deixado até os presidentes dos mais proeminentes bancos centrais à deriva. O últimos dados inflacionários da Europa, por exemplo, vieram contraditórios: enquanto na Alemanha os preços ao consumidor retrocederam de 7,9% em maio para 7,6% na leitura preliminar de junho, na Espanha acusaram a maior alta desde 1985, passando de 8,7% para 10,2% no período.
🗂️ Pano para manga. Outros indicadores que, combinados com os de inflação, dão muito material para análise da conjuntura são os de emprego, que saem hoje em vários cantos do mundo. Darão uma ideia de como a inflação galopante e a retirada de liquidez por parte dos bancos centrais estão afetando a economia real. Os dados sobre a renda e gastos dos consumidores norte-americano também estão no radar.
🔻 Vermelho é a cor dos mercados. Cautelosos, os mercados amanheceram em queda na Europa e nos EUA. Se o índice de referência S&P 500 recua hoje, encadeará a quarta queda consecutiva, acentuando a tendência baixista do mercado (bear market). O mercado aguarda ansioso pela bateria de dados macroeconômicos para inferir como será a política monetária daqui por diante. Com juros continuamente mais elevados, a avaliação geral é de que a recessão é uma possibilidade cada vez mais difícil de evitar.
🟢 As bolsas ontem: Dow Jones Industrials (+0,27%), S&P 500 (-0,07%), Nasdaq Composite (-0,03%), Stoxx 600 (-0,67%), Ibovespa (-0,96%)
Nos Estados Unidos, a volatilidade marcou a jornada e o mercado de ações teve dificuldade em encontrar uma direção, com operadores avaliando comentários de membros do Federal Reserve sobre as perspectivas para a economia e as taxas de juros.
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No radar
Esta é a agenda prevista para hoje:
• EUA: Índice de Preços PCE/Mai; Renda e Gastos do Consumidor norte-americano, Pedidos iniciais de Seguro-Desemprego, PMI de Chicago/Jun
• Europa: Zona do Euro (Taxa de Desemprego/Mai) Alemanha (Vendas no Varejo/Mai, Preços de Bens Importados, Taxa de Desemprego/Jun); França (IPC, IPP); Reino Unido (PIB/1T22, Investimento das Empresas/1T22, Índice de Preços de Imóveis Nationwide/Jun)
• Ásia: Japão (Encomendas de Construção/Mai, IPC - Tóquio/Jun, Taxa de Desemprego/Mai), Hong Kong (Vendas no Varejo/Mai)
• América Latina: Brasil (Índice de Evolução de Emprego do CAGED/Mai, Taxa de Longo Prazo TLP, Taxa de Desemprego, Balanço Orçamentário/Mai; Empréstimos Bancários/Mar); Argentina (Atividade Econômica/Abr); México (Balanço Fiscal/Mai)
• Bancos centrais: Discursos de Christine Lagarde (presidente do BCE) e de Andrea Enria (BCE)
📌 Para a semana:
• Sexta-feira: CPI da Zona Euro; gastos com construção nos EUA, Índice ISM de Manufatura
Destaques da Bloomberg Línea
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