Fleury compra Hermes Pardini e prevê ganho de até R$ 190 mi em Ebitda

Dois dos maiores grupos em medicina diagnóstica do país celebram acordo para unir operações; nova companhia nascerá com R$ 6,1 bilhões em receitas

Grupo Fleury vai adquirir as ações do Hermes Pardini em uma operação que depende de aprovação de acionistas e do órgão antitruste
30 de Junho, 2022 | 10:39 AM
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São Paulo — Dois dos mais importantes grupos de medicina diagnóstica no Brasil, o Fleury (FLRY3) e o Hermes Pardini (PARD3), acabam de anunciar nesta quinta-feira (30) um acordo de fusão de seus negócios, em linha com uma tendência de consolidação de ativos no setor de saúde do país, acelerada desde o início da pandemia da Covid-19.

A transação prevê para cada ação do Pardini o recebimento de 1,2135 ação ordinária de emissão de Fleury e de uma parcela de R$ 2,15 em dinheiro, totalizando o valor do negócio em R$ 2,5 bilhões.

A nova companhia nascerá com 487 unidades de atendimento e quase 21 mil funcionários em 12 estados mais o Distrito Federal, além de receitas combinadas de R$ 6,1 bilhões, segundo dados dos últimos 12 meses até o primeiro trimestre de 2022.

A reorganização societária envolve a combinação dos negócios e das bases acionárias do Fleury e do Hermes Pardini, segundo fato relevante divulgado nesta manhã. Na prática, será uma incorporação por parte do Fleury, que tem aproximadamente o dobro do tamanho por diferentes métricas. Os acionistas controladores atuais do Fleury, o Bradesco Diagnóstico e um grupo de médicos, ficarão com uma fatia maior do que a da família fundadora do Hermes Pardini, segundo o comunicado.

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As duas companhias esperam um incremento de Ebitda (indicador de geração de caixa operacional) anual entre R$ 160 milhões e R$ 190 milhões com a operação.

Em 2021, o Fleury obteve um Ebitda recorde de R$ 1,056 bilhão, enquanto o Hermes Pardini registrou R$ 478,5 milhões para o mesmo indicador. A nova companhia combinada, portanto, teria um Ebitda de R$ 1,534,5 bilhão. Com as sinergias, o Ebitda chegaria a até R$ 1,725 bilhão.

A marca Hermes Pardini será mantida por pelo menos 10 anos, segundo o comunicado. Entre as etapas da operação está a incorporação das ações de Hermes Pardini por uma sociedade de propósito específico, cujas ações serão integralmente detidas pelo Fleury. Segundo o fato relevante, o Hermes Pardini passará a ser uma subsidiária integral da Holding Fleury.

Os acionistas de Hermes Pardini vão receber uma ação ON (ordinária) e uma PN (preferencial) resgatável da Holding Fleury para cada ação de Hermes Pardini.

“A subsequente incorporação da Holding Fleury por Fleury, com base na relação de substituição de 1,2135 ação de Fleury para cada ação da Holding Fleury, com a extinção da Holding Fleury e sucessão pelo Fleury em todos os seus direitso e obrigações”, detalha o fato relevante.

A combinação de negócios ainda depende de aprovações societárias e regulatórias. O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), órgão antitruste, terá de analisar o caso para decidir dar ou não aval à operação.

A analista da Nord Research, Danielle Loppes, considerou o anúncio como uma “ótima notícia para o setor” e espera que o negócio seja concluído. “Grande chance de acontecer porque tem uma multa de R$ 250 milhões caso não seja aprovado”, comentou em rede social da casa de análise.

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A consolidação de ativos no segmento de medicina diagnóstica ganhou tração no ano passado com uma série de anúncios de operações de M&A entre os grandes grupos e players de atuação regional.

No ano passado, o Fleury se interessou em adquirir o controle da Alliar, mas acabou desistindo do negócio, e a empresa acabou sob o controle do empresário Nelson Tanure.

Sérgio Ripardo

Jornalista brasileiro com mais de 29 anos de experiência, com passagem por sites de alcance nacional como Folha e R7, cobrindo indicadores econômicos, mercado financeiro e companhias abertas.