Bloomberg — A taxa de desemprego no Brasil caiu mais do que o esperado, seguindo a criação de empregos e se somando aos sinais de que a maior economia da América Latina vem se recuperando desde o início do ano, em meio ao aquecimento da corrida presidencial.
A taxa de desemprego caiu para 9,8% nos três meses até maio, de acordo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (30), abaixo da estimativa de 10,2% dos economistas em pesquisa da Bloomberg. A taxa é a menor desde janeiro de 2016. No trimestre encerrado em abril, a taxa estava em 10,5%.
Por outro lado, os efeitos da inflação nos maiores patamares em duas décadas estão corroendo o poder de compra dos trabalhadores empregados: o rendimento real habitual ficou em R$ 2.613, estável em relação ao trimestre encerrado em fevereiro e 7,2% abaixo do mesmo período de 2021.
Questões econômicas, como a criação de empregos, estão no centro dos holofotes enquanto o presidente Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva organizam suas campanhas presidenciais.
Muitos analistas aumentaram suas previsões de crescimento para o país ainda em 2022, à medida que os fluxos de dinheiro originados da renda do trabalhador empregado impactam o consumo. Ainda assim, as empresas que precisam de mais mão-de-obra estão sendo pressionadas por custos de empréstimos de dois dígitos e as altas taxas de inflação.
O número de desempregados ficou em 10,6 milhões, uma queda de 30,2% em relação ao mesmo período de 2021 e de 11,5% em relação ao trimestre anterior, segundo o IBGE. Enquanto isso, o número de trabalhadores empregados subiu para 97,5 milhões, o maior da série de dados iniciada em 2012.
O Brasil criou cerca de 277.000 empregos formais em maio, de acordo com dados do governo divulgados na terça-feira (28) - acima da previsão média de cerca de 181.000 postos de trabalho.
– Esta notícia foi traduzida por Melina Flynn, Content Producer da Bloomberg Línea.
- Com a Bloomberg Línea.
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