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Cultura dos grants é como a Web3 abraça talentos

Deixar a porta aberta para ideias de forma espontânea em vez de buscar ativamente novos colaboradores tem se mostrado um modelo mais eficiente

Modelo de grants se destaca pelo incentivo oferecido ao desenvolvimento de ideias que ainda estão em sua fase abstrata
Tempo de leitura: 3 minutos

Por Gino Matos para Mercado Bitcoin

São Paulo — A Web3 tem como um de seus pilares o trabalho em comunidade. A organização de mentes focadas no mesmo objetivo é, muitas vezes, o que dá vida a protocolos desse ecossistema. A importância voltada às comunidades se reflete na forma como projetos inéditos impulsionam o desenvolvimento. É como surge a cultura dos grants.

Financiando ideias

Os grants são como bolsas de apoio dadas a empresários, desenvolvedores, construtores de comunidade e outros dedicados à colaboração para o crescimento de um ecossistema cripto. Embora o conceito se pareça com o trabalho exercido por um fundo de capital de risco, ele se diferencia de forma fundamental na execução.

Em vez de ativamente buscar novos colaboradores, um programa de grants se preocupa em anunciar que está financiando ideias e deixa a porta aberta para interessados. É onde o conceito se relaciona de forma íntima com a imagem de comunidade: uma figura de fora do time criador de um projeto se interessa pela proposta e se dedica, em tempo integral, a fazê-lo crescer.

Por que usar grants?

Um dos polos de grants mais famosos do mercado de criptomoedas é a Gitcoin. Trata-se de uma organização autônoma descentralizada (DAO, na sigla em inglês) focada em facilitar o acesso de criadores e projetos buscando novas ideias.

Na visão de Azeem Khan, membro da área de crescimento de ecossistema da Gitcoin, os grants são importantes para os estágios iniciais das ideias. “É nesse momento que eles são muito úteis. Quando as coisas ainda estão na fase da ideia, e as pessoas por trás dela precisam de capital para trabalhar e desenvolver o que ainda é algo abstrato.”

No caso da Web3, era da internet focada em descentralização, os grants se fazem ainda mais importantes, avalia Khan. “Muitos dos produtos de Web3 são como estradas e pontes que precisam ser construídas, mas não são produtos necessariamente lucrativos. Muitas vezes, não são sequer negócios, mas se mostram importantes para avançarmos nessa nova era da internet.”

A Fundação Celo, cujo escopo é cuidar do desenvolvimento do ecossistema da blockchain Celo, também tem seu programa próprio de grants. Camila Rioja, líder da Fundação na América Latina, compartilha da visão de Khan.

“Acredito que o mecanismo incentiva a criatividade, competência e entrega de soluções sob uma lógica diferenciada do capital tradicional, trazendo mais empoderamento da comunidade e do empreendedor”, diz Camila. Ela acrescenta que a Celo foca em projetos de código aberto, capazes de beneficiar todos os usuários do ecossistema.

Outra entidade que aposta na cultura de grants é a Fundação Solana que, assim como na relação entre Fundação Celo e Celo, é responsável por fomentar o crescimento da Solana. Joaquim Folha, head da Solana no Brasil, destaca que a cultura de abrir as portas para pessoas criando ideias fortalece protocolos que inovam a todo instante.

“Por ser uma blockchain dinâmica, a Solana cresce rapidamente todos os dias. Os grants são a forma ideal para apoiar pessoas que estão criando ideias, fazendo com que o ecossistema seja sempre inovador”, diz Folha.

Casos de sucesso

Oferecer incentivos para que ideias floresçam tem se mostrado algo muito positivo. Khan cita exemplos de ideias que foram impulsionadas por grants: Uniswap, Dune Analytics e Optimism. A Uniswap é a maior exchange descentralizada em termos de volume negociado; Dune Analytics é uma das mais respeitadas plataformas de dados do mercado cripto; e a Optimism é uma das soluções de escalabilidade do Ethereum mais utilizadas.

Camila enumera ao menos 14 projetos importantes para a comunidade Celo que também foram impulsionados por grants. Dentre eles estão o estúdio de soluções em Web3, chamado de Keyko; o impactMarket, programa baseado em blockchain que leva renda básica universal para comunidades carentes; e o Prime DAO, iniciativa que auxilia na construção de organizações autônomas descentralizadas.

Um nome famoso, especialmente na indústria de NFTs, é a Audius. A plataforma para músicos atua como uma espécie de Spotify descentralizado, que remove o intermediário e maximiza os ganhos dos produtores de conteúdo. A ideia foi tornada possível por meio dos grants da Fundação Solana, diz Folha. Além da Audius, o famoso jogo Star Atlas e a exchange descentralizada Serum também foram acelerados por meio dessas bolsas.

Com esses casos bem-sucedidos, a cultura de grants mostra que ouvir a comunidade e dar atenção aos pequenos criadores é um bom caminho a ser seguido.

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