Pedro Guimarães oficializa saída e governo confirma nova CEO da Caixa

Ex-presidente da estatal é acusado por funcionárias de assédio; Daniella Marques, pessoa de confiança de Guedes, assume o cargo

Executivo publicou carta de demissão em suas redes sociais
29 de Junho, 2022 | 07:09 PM

Bloomberg Línea — Acusado de assédio sexual por funcionárias da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães pediu demissão do cargo de presidente do banco. A decisão foi comunicada ao presidente Jair Bolsonaro (PL) numa reunião no final da tarde desta quarta-feira (29). Guimarães negou as acusações em carta divulgada em redes sociais.

Ele será substituído por Daniella Marques Consentino, secretária de produtividade e competitividade do Ministério da Economia. A nomeação dela foi publicada no Diário Oficial da União no início da noite de hoje.

As acusações de assédio estão em investigação aberta pelo Ministério Público Federal revelada nesta quarta pelo site Metrópoles. Funcionárias da Caixa denunciaram que Pedro Guimarães as abordava de forma inapropriada e tinha comportamentos como “passar a mão na cintura”, ou dizer coisas do tipo “e se o presidente quiser transar com você?”, conforme a reportagem.

Guimarães também já teria sido acusado de assédio sexual em dois outros bancos em que trabalhou, Santander (SANB11) e BTG (BPAC11), segundo reportagem do jornal O Globo. Ele foi demitido de ambas as empresas, mas não por causa das denúncias.

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Outro lado

Na manhã desta quarta, Guimarães participou de um evento da Caixa ainda como presidente e disse que “sempre me pautei pela ética”. No final da tarde, depois da reunião com Bolsonaro, Pedro Guimarães divulgou uma carta no Instagram em que chamou as acusações de “avalanche de informações equivocadas” e de “perversidades”.

“As acusações não são verdadeiras e não refletem a minha postura profissional e nem pessoal. Tenho certeza de que essas acusações não se sustentarão ao passar por uma avaliação técnica e isenta”, diz o executivo no documento.

Guimarães diz que deixou a Caixa para não atrapalhar o governo e nem “ser um alvo para o rancor político em um ano eleitoral”. “Se foi o propósito de colaborar que me fez aceitar o honroso desafio de presidir a Caixa, é com o mesmo propósito de colaboração que tenho de me afastar neste momento”, diz.

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