Bolsonaro deve nomear Daniella Marques como nova presidente da Caixa

Atual secretária de Produtividade, pessoa de confiança de Paulo Guedes, deve substituir Pedro Guimarães, acusado de assédio sexual segundo denúncias na imprensa

Nova CEO será Daniella Marques, assessora próxima do ministro da Economia, Paulo Guedes, e atualmente secretária de Produtividade e Competitividade do ministério.
Por Martha Beck
29 de Junho, 2022 | 12:40 PM

Bloomberg — O presidente Jair Bolsonaro decidiu substituir o presidente-executivo da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, após denúncias de assédio sexual divulgadas por diferentes veículos de mídia.

A nova CEO será Daniella Marques, assessora próxima do ministro da Economia, Paulo Guedes, e atualmente secretária de Produtividade e Competitividade do ministério, segundo uma pessoa com conhecimento do assunto que pediu anonimato porque o anúncio ainda não foi feito. A mudança na liderança da Caixa foi noticiada pela primeira vez pelo jornal O Globo.

Cinco mulheres entrevistadas pelo site Metrópoles acusaram o CEO do banco estatal de comportamento impróprio, incluindo tocar e apalpar funcionárias sem seu consentimento.

O jornal Folha de S.Paulo publicou nesta quarta-feira (29) uma entrevista com uma funcionária da Caixa que fez acusações semelhantes. Todas elas pediram anonimato por medo de retaliação, mas muitos de seus casos estão sendo investigados por promotores públicos, de acordo com o Metrópoles.

PUBLICIDADE

A Caixa não respondeu imediatamente a um pedido de comentário. O banco disse ao Metrópoles que não estava ciente das alegações e que possui políticas em vigor para evitar “qualquer tipo de assédio”.

Os promotores públicos não confirmaram imediatamente a investigação.

Guimarães assumiu as rédeas do banco líder em crédito imobiliário do mercado brasileiro em 2019 após ser nomeado por Bolsonaro. Desde então, ele se tornou um membro regular das viagens presidenciais e um convidado rotineiro de suas transmissões semanais nas redes sociais, divulgando doações em dinheiro pagas pelo governo por meio da Caixa durante a pandemia.

Bolsonaro se encontrou com Guimarães no palácio residencial depois que as alegações surgiram na noite de terça-feira, segundo o jornal O Globo. Ele está sendo aconselhado por assessores políticos a demitir o CEO o mais rápido possível para evitar danos à sua popularidade antes das eleições de outubro.

Leia também

CEO da Arezzo: recorde de vendas no 2º tri com força de influência digital