Bloomberg — A Amazônia brasileira inclui 13 das 30 cidades mais violentas do país, com o tráfico de drogas como um novo fator em uma região tradicionalmente afetada por crimes ambientais.
O número de mortes violentas intencionais nessas cidades superou 100 por 100 mil habitantes entre 2019 e 2021, comparado com a média nacional de 22,3, segundo pesquisa publicada nesta terça-feira (28) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, um think tank de São Paulo.
A violência na Amazônia ganhou as manchetes internacionais este mês quando o jornalista britânico Dom Phillips e o indigenista Bruno Pereira foram assassinados após entrevistar comunidades indígenas sobre incursões ilegais de caçadores, madeireiros e pescadores. O desmatamento, a exploração de terra e a mineração ilegal há muito tempo são um problema na região.
“Vários tipos diferentes de crimes se sobrepõem na Amazônia devido às suas fronteiras com países estratégicos e ao tráfico de drogas”, disse Isabela Sobral, pesquisadora e coordenadora de dados do Fórum de Segurança. “Além disso, nos últimos anos houve uma expansão das facções criminosas que deixaram o Rio de Janeiro e São Paulo e foram para o norte”.
As agências ambientais e de segurança pública não têm recursos suficientes para combater as poderosas organizações criminosas que disputam as rotas nacionais e transnacionais de drogas que passam pela floresta, disse. Nos últimos anos, acrescentou ela, a cidade de Tabatinga, na fronteira tripla entre Brasil, Colômbia e Peru, tornou-se uma das cidades mais disputadas pelos traficantes de drogas.
--Este texto foi traduzido por Bianca Carlos, localization specialist da Bloomberg Línea.
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