Bloomberg Línea — O mercado mais adverso para startups não significa que não haja espaço para novos entrantes. É o caso de Marcos Pileggi Filho, CEO da Broad, fintech para pagamentos internacionais que foi acelerada pela Y Combinator e está lançando seus produtos no Brasil nesta segunda-feira (27).
O objetivo: “resolver o problema de viajar com a pochete”, segundo disse Pileggi, advogado especializado em direito empresarial com mestrado em administração pela London Business School, à Bloomberg Línea.
“O brasileiro ainda recorre muito aos meios convencionais como a casa de câmbio para tirar dinheiro e viajar com aquela pochete, que é uma experiência horrível. Às vezes você não sabe contar o troco [em moeda estrangeira], fica com medo de perder a pochete e as economias que você juntou para realizar o sonho de ir para um outro lugar”, disse.
O empreendedor se juntou a Juliano Alves (CTO, ou Chief Technology Officer) para fundar o player digital, que tem como objetivo atingir toda a América Latina, começando pelo Brasil. Alves trabalhou em empresas financeiras internacionais como a CapitalOne e a Wise.
Além das tradicionais casas de câmbio e dos serviços oferecidos por bancos digitais - como C6 Bank e Nubank - e incumbentes como Itaú Unibanco (ITUB4), a Wise (ex-Transferwise) é justamente um dos players com a qual a Broad disputará o mercado no Brasil.
Outros concorrentes são a Nomad e a Avenue Securities, startups que trazem mais competição e buscam oferecer taxas de spread mais baratas para o mercado de câmbio.
O cartão de débito da Broad, que pode ser virtual ou físico, tem bandeira Mastercard e funciona “como um local” nas três moedas, mas também permite compras em qualquer moeda - fazendo a conversão no momento da compra. Pileggi conta que a startup também está buscando a integração com Google e Apple Pay.
A partir desta segunda (27), clientes podem baixar o aplicativo por iOS ou Android e criar a conta, que, assim como os demais bancos digitais, não cobra taxas de administração ou de manutenção.
As remessas podem ser feitas para a conta da Broad por meio do Pix. A fintech cobra IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) de 1,1%. A Broad é remunerada por um spread cambial de até 2% sobre a cotação comercial das moedas, além da taxa de intercâmbio cobrada dos estabelecimentos que aceitam o cartão.
O foco da startup são pessoas que viajam a turismo, que realizam gastos em sites internacionais e quem deseja ter reservas em outras moedas para se proteger da desvalorização cambial.
*Matéria atualizada para explicar que a lista de espera se encerra hoje com o lançamento do aplicativo
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