Este é o patrimônio declarado por cada presidente da América Latina

Veja o panorama da região segundo documentos oficiais de cada governo

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Bloomberg Línea — Empresários, forasteiros e políticos de longa data governam os países da América latina. Suas carreiras muito variadas antes de se tornarem chefes de estado também se refletem na riqueza que declararam nos últimos anos, gerando grandes diferenças.

A lista dos presidentes com a maior riqueza declarada é encabeçada pelo dominicano Luis Abinader, que foi o CEO do Grupo ABICOR e cujo patrimônio ultrapassa US$ 70 milhões. Logo abaixo está o equatoriano Guillermo Lasso, empresário e ex-banqueiro, cuja riqueza estava próxima de US$ 40 milhões no início de seu mandato, que vem sendo marcado por protestos. Ambos os presidentes doam seus salários para a caridade.

Em contraste com estes números, o patrimônio de outros chefes de estado não excede US$ 50 mil em ativos totais, como o peruano Pedro Castillo – que foi professor antes de vencer a eleição – ou o ex-líder estudantil chileno Gabriel Boric.

A Bloomberg Línea registrou o patrimônio que os presidentes da região declararam às autoridades de seus respectivos países. Para este fim, foram utilizadas as mais recentes declarações oficiais disponíveis de cada um dos presidentes, relacionando o salário bruto recebido por mês por suas atividades.

Da mesma forma, há presidentes que, devido às políticas internas de seu país ou a suas próprias decisões, simplesmente não oferecem informações públicas sobre seu patrimônio, como é o caso dos líderes do Panamá, Honduras, Costa Rica e Guatemala.

Informações não divulgadas

No caso de Laurentino Cortizo, presidente do Panamá, a Controladoria Geral da República registrou que, em 2019, em conformidade com a lei, ele apresentou sua declaração oficial de patrimônio devidamente autenticada, assim como outros membros do gabinete, embora esses documentos não tenham se tornado públicos.

Quanto à presidente de Honduras, Xiomara Castro, também não foi possível estabelecer seu patrimônio atual, pois durante sua campanha presidencial ela não apresentou sua declaração de renda ao Serviço de Administração de Receitas e, em novembro de 2021, seu marido e ex-presidente, Manuel Zelaya, argumentou que ele apresentou uma declaração conjunta representando ambos.

Além disso, o portal independente Dato Público, criado durante as campanhas e que buscava coletar esses dados, registra que “a candidata (Castro) não forneceu informações e não está disponível ao público” na seção sobre “patrimônio”.

Na mesma lista se encontra o recém-empossado presidente da Costa Rica, Rodrigo Chávez, pois o patrimônio de seus altos funcionários não é divulgado ao público.

No caso do presidente da Guatemala, Alejandro Eduardo Giammattei, seu patrimônio total não pôde ser estabelecido, pois a informação não é divulgada ao público segundo o artigo 21 da Lei de Probidade, que impede o acesso à declaração de patrimônio de funcionários públicos.

No caso da Venezuela, o Gabinete da Controladoria Geral da República, órgão encarregado de processar as declarações oficiais de patrimônio dos funcionários públicos, não disponibiliza os documentos ao público, segundo a Transparencia Venezuela, organização dedicada a investigar o poder público.

*A conversão de patrimônios e salários brutos das moedas locais para dólares foi feita com as raxas de câmbio de 21 de junho de 2022.

--Este texto foi traduzido por Bianca Carlos, localization specialist da Bloomberg Línea.

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